Depois de ontem, segunda-feira, ter expirado o prazo para as negociações relativamente à questão da independência do Kosovo, teme-se uma proclamação unilateral de independência por parte dos albaneses da região.
Os líderes dos albaneses do Kosovo iniciaram conversações com os seus parceiros internacionais, União Europeia (UE) e Estados Unidos da América (EUA), com vista a proclamar a independência unilateral do território já em 2008. Esta atitude surge como consequência do facto de ter expirado o prazo para as negociações relativas à independência da região, sem que se tivesse chegado a consenso.
Milhares de pessoas fizeram uma manifestação ontem, em Pristina, exigindo a proclamação imediata da independência do Kosovo. Agim Kastrati, um dos manifestantes, disse que “a independência significa uma nova identidade e um novo futuro para o Kosovo”.
Há duas semanas, UE, Rússia e EUA não conseguiram chegar a um acordo sobre aquele que será o destino do Kosovo.
Posição dos outros países
O Conselho de Ministros da UE reuniu ontem em Bruxelas, com vista a definir uma posição comum europeia face à questão do Kosovo. Os 27 ministros discutiram com Wolfgang Ischinger, enviado da UE para o Kosovo, sobre como prevenir a violência na região dos Balcãs, caso a maioria albanesa decida proclamar a independência unilateral.
Enquanto que os EUA e a Rússia assumem posições bem definidas (os EUA apoiam o Kosovo, a Rússia apoia a Sérvia), a Europa encontra-se dividida. O Chipre, a Grécia, a Eslováquia e Espanha mostram-se reticentes relativamente à possível declaração unilateral de independência, receando que tal possa incentivar os movimentos separatistas nos seus países. No entanto, apenas o Chipre reprovou totalmente a ideia.
Entretanto, a UE prepara-se para substituir as tropas da ONU, quando estas abandonarem o território.
Reacções da Sérvia
Por seu lado, a Sérvia disse que recorrerá a todos os meios, excepto à força, para impedir a independência do Kosovo. Ameaça recorrer ao Tribunal Internacional de Justiça, assim como impor sanções a todos os países que reconhecerem o Kosovo como um território independente.
Bozidar Djelic, vice-primeiro ministro sérvio, afirmou que o país não vai, de forma alguma, ceder a pressões externas, nomeadamente por parte dos EUA e da EU e que nunca aceitaria trocar o Kosovo por uma possível adesão à União Europeia.
O Kosovo é uma província sérvia, com 90% da população albanesa, e encontra-se sob protectorado da ONU desde 1999, aquando do bombardeamento da Sérvia pela Nato, contra a repressão da minoria albanesa do Kosovo.