O ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, está a estudar a hipótese de uma baixa nos impostos para estimular o consumo das familias, mas só quando Portugal tiver as contas públicas de acordo com as regras da União Europeia (UE).

“Estamos a avaliar a situação para ver quando poderemos baixar os impostos. (…) Qualquer político estaria disposto a cortar os impostos”, disse Teixeira dos Santos ao jornal norte-americano “Wall Street Journal” (WSJ)’.

O ministro português comentou ainda o facto de Portugal apenas ter crescido 1,3% em 2006 contra os 3% da média europeia. “A nossa política fiscal restritiva, para reduzir o défice das contas públicas, teve um impacto negativo na expansão da economia”, mas, “no longo prazo, as políticas orçamentais prudentes promovem um crescimento económico estável e sustentável”, frizou.

Descida de impostos é uma realidade concretizável

Nuno Moutinho, economista, explicou ao JPN o alcance deste pronúncio por parte do Governo. “O que normalmente acontece nestes casos, seja em que governo for, é que estas situações obedecem mais a ciclos eleitorais do que propriamente a ciclos económicos,” afirmou.

Nuno Moutinho vê razões suficientes para a baixa dos impostos. “O país vai ter uma folga maior atendendo à aprovação do novo QREN, há imensas despesas do estado que passam a ser asseguradas pela UE (…) e logo vai haver margem para no próximo ano haver essa descida de impostos…”, sublinhou.

“O Governo foi inteligente na forma como apertou muito no rigor e exigência nos últimos anos para agora ter alguma margem”, explicou Nuno Moutinho. “Há também mérito a nível do controlo à evasão fiscal e um grande esforço no controlo de custos”, enalteceu.