Paulo Portas, líder do CDS-PP, exigiu esta sexta-feira, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, uma investigação aos preços praticados em 2007 e duvidou do facto da redução do IVA poder vir a beneficiar os consumidores.

O líder do CDS-PP constatou a subida dos preços de vários bens de consumo no último ano, muito acima da inflação, bem como o aumento dos custos das matérias-primas. “Cabe à Autoridade da Concorrência (AdC) analisar esta situação e apurar eventuais irregularidades”, referiu Portas.

O primeiro-ministro, José Sócrates, disse, em resposta, que a AdC já tem competência para investigar a concertação de preços. “[A AdC] está a fazer o seu trabalho para impedir toda a cartelização e toda a combinação de preços”, afirmou.

“O primeiro-ministro decretou há dias o fim da crise. Mas se falar com as famílias que vão ao supermercado e perguntar-lhes sobre a crise, vão-lhe dizer que a sentem todos os dias”, salientou Portas, na abertura do debate.

Em resposta, José Sócrates afirmou que deve “uma vénia ao contribuinte e não ao CDS”, sublinhando que o PS teve “sucesso, ao contrário dos outros que prometeram e não cumpriram”, ironizou Sócrates.

Opinião de outros partidos

Santana Lopes, líder parlamentar do PSD, disse que o Governo deveria esperar mais tempo antes de fazer uma redução dos impostos, para que tivesse um maior impacto na economia portuguesa. O líder social-democrata disse, ainda, que o Executivo devia devolver aquilo que retirou aos reformados.

José Sócrates respondeu que Santana “não aprendeu nada” quando foi primeiro-ministro. E que o actual governo não conseguiu a redução do défice através de “nenhuma venda de uma rede fixa à PT, nem com uma transferência de funções para a Caixa Geral de Aposentações para injectar dinheiro para minorar o défice”.

Santana Lopes afirmou que nunca tinha visto “um primeiro-ministro a responder tão pouco à oposição”. “As suas políticas são em função da mudança de ministros, que depois de saírem falam mal das suas políticas”, salientou o antigo presidente da câmara da Figueira da Foz, referindo-se a Campos e Cunha, ex-ministro das finanças de Sócrates, que criticou a descida do IVA.