Depois da reformulação, o site do "JN" tornou-se o segundo mais visitado do país. Vantagens do novo design do site estiveram em debate na segunda sessão do Seminário de Comunicação e Multimédia.

O “Jornal de Notícias” sentiu a “necessidade de inovar” há um ano atrás e apostou no jornalismo online. Hoje, o projecto constitui um caso de sucesso , sendo o site do “JN” o segundo mais visitado no país. Nuno Vargas, responsável pelo design do jn.pt, fala mesmo na “ânsia da Controlinveste de subir o número de cliques do jornal”.

O “novo” JN dominou a segunda sessão do Seminário de Comunicação e Multimédia, que decorrre nas instalações do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto (UP). Espaço para Nuno Vargas relembrar as dificuldades sentidas no arranque do projecto, as quais passavam pelo “medo do negócio online” e pela “falta de formação”.

Travão à inovação?

Apesar do sucesso do “JN” online, Nuno Vargas defende que a principal resistência à inovação continua a vir de dentro das redacções. Para Nuno Vargas, “os jornalistas acomodaram-se ao papel”. Um facto que se torna mais saliente numa época de crise em que se debate a viabilidade dos suportes online dos media. “A única coisa que posso dizer é que perante a crise, as inovações tecnológicas vão ser mais demoradas”, rematou o designer.

“A redacção do JN é uma redacção extensa com pessoas que já trabalham lá há décadas e têm hábitos sedimentados. Os despedimentos eram inevitáveis porque essas pessoas viam a Internet e os programas multimédia como um problema, não havia inovação”, realça Nuno Vargas.

Segundo o designer, o objectivo primário era que o site funcionasse como uma “espécie de montra” da edição em papel, mas utilizando todo o potencial do jornal. “ Inicialmente o site continha apenas conteúdo transcrito da edição em papel, o que significava que havia potencial que não estava a ser utilizado, neste caso o da interactividade e actualidade”.

Durante a palestra, debateu-se ainda o investimento económico – em máquinas fotográficas, programas e câmaras de filmar – necessário no jornalismo online. Realidade que, no caso do jn.pt, se traduziu num “investimento positivo”.