A não renovação dos contratos é a consequência mais temida pelos professores do Ensino Superior em função da falta de verbas que afecta as universidades portuguesas. O cenário é encarado com “procupação”, como revelou ao JPN Gonçalo Xufre, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).

A reacção do SNESup surge na sequência do envio, por parte do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), de uma carta ao ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago. No documento, as universidades exigem ao governo reforço financeiro, garantindo que não possuem verbas para pagar os salários aos funcionários.

As instituições do interior e das regiões autónomas são as que vivem com maiores dificuldades. Entretano, Mariano Gago já desmentiu a falta de verbas, assegurando estar “disponível para negociar com as universidades a distribuição de fundos ainda não atribuídos”.

Gonçalo Xufre não poupa críticas ao modo como é distribuido o “bolo” orçamental pelas várias instituições do ensino supeiror “Duas das instituições que passaram a fundação e estou a falar do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e da Universidade do Porto, são das que mais financiamento tiveram em termos de acréscimo para este ano, portanto há aqui uma total incoerência em termos de aposta no ensino superior”, assevera o presidente do SNESup.

O sindicalista acusa ainda o Ministério de estar a exercer “pressão financeira” sobre as universidades, pondo em causa a sua autonomia e “fazendo com que elas tomem políticas que o governo não quer assumir como suas”.

Entre as preocupações que mobilizam os professores perante o panorama actual estão ainda a proposta do Ministro para a estruturação das carreiras e o processo de transição do corpo docente do ensino politécnico.