Os portugueses estão com uma consciência “mais verde”. É o que dizem os resultados do último inquérito EVS (European Values Study) levado a cabo, em Portugal, pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
A comparação dos dados de 2008 com os de 1998 demonstra que a percentagem de portugueses preocupados com as questões ambientais cresceu consideravelmente. Hoje, 92,6% consideram-se preocupados ou muito preocupados com o ambiente, quando em 1998 esse valor era de 71,7%.
Susana Fonseca, presidente da direcção nacional da Quercus, mostra uma satisfação contida face aos resultados, considerando “normal que haja uma evolução nesse sentido”, uma vez que “as pessoas estão mais sensibilizadas para o tema ambiental” também devido ao conjunto de actividades desenvolvidas nesse sentido.
Membro da Associação Nacional de Conservação da Natureza, Susana frisa a diferença entre a teoria e a prática, afirmando que não se sabe “até que ponto a preocupação e o interesse pela área ambiental da população se reflecte em atitudes e comportamentos concretizados”.
Carros híbridos agradam aos jovens portugueses
Um estudo recente levado a cabo pelo Caderno Automóvel do Observador Cetelem revela que jovens portugueses são os mais receptivos aos automóveis híbridos e eléctricos. 82% dos jovens afirma que utilizaria mais o carro no futuro se tivesse um destes modelos. Já entre os indivíduos com mais de 50 anos essa percentagem fica pelos 78%.
Poluição e falta de água no topo das preocupações
Os problemas ambientais que mais preocupam os portugueses são a poluição da água (57,5%), do ar (50,4%), a desflorestação (34,8%) e as alterações climáticas (33,7%). Os jovens acrescentam à lista a extinção de espécies e os mais escolarizados os problema dos oceanos.
Ainda assim, os portugueses são um dos povos que menos participam nas actividades das associações e de voluntariado. Susana explica ao JPN que é uma questão de cultura, mais do que propriamente de falta de interesse. “Há em Portugal o hábito de deixar para outros, de achar que há sempre alguém que é responsável”, esclarece. No que diz respeito ao voluntariado, a falta de resultados a curto-prazo é a justificação que encontra para a pouca adesão, dado que “não há retorno imediato, muito pelo contrário”.
A esmagadora maioria dos portugueses considera muito grave o problema das alterações climáticas e mais de metade têm uma opinião negativa sobre a energia nuclear, isto porque são “actividades muito mediatizadas e temas mais presentes”.
O último inquérito EVS referente a 2008 abrange os 27 Estado-membros da União Europeia e, pela primeira vez, inclui, em Portugal, um conjunto específico de questões sobre ambiente.