A informação foi avançada esta segunda-feira por Manuel Pizarro, no final de uma reunião com Rui Moreira. O objetivo era avaliar a asfixia financeira da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), já que o Estado ainda não saldou a dívida de 2,4 milhões de euros à empresa, deixando-a numa situação insustentável.

O mandato do presidente da SRU terminou a 31 de março deste ano e já antes disso o responsável tinha ponderado demitir-se, mas decidiu manter o posto depois do Governo ter garantido que pagaria dinheiro em dívida, referente à reposição do prejuízo da empresa em 2010 e 2011 – o que não aconteceu. A verba continua em falta e o Governo ainda piorou a situação: substituiu o representante do IHRU, “sem dar conhecimento a ninguém e colocando em causa o futuro da reabilitação no Porto”, alertou Manuel Pizarro.

A decisão de Rui Moreira surgiu precisamente depois destas últimas ações, “que levantam a suspeita de serem uma acção intencional contra o processo de reabilitação urbana na cidade do Porto”, acusou Pizarro. A gota de água foi mesmo “a forma como a substituição [do representante do IHRU] foi feita. Rui Moreira achou que não se justificava continuar num lugar cujo mandato tinha acabado em março e para o qual não tinha ainda sido reconduzido”, explicou o deputado.

Para Pizarro, este processo “demonstra, como já noutros tem acontecido, um doentio centralismo por parte do governo”, já que a SRU é detida em 40% pela Câmara do Porto e 60% pelo Estado (IHRU).

Rui Moreira pode ser candidato à Câmara do Porto

Na passada terça-feira, em visita ao “Francesinha na Baixa”, Rui Moreira não excluiu a hipótese de vir a ser um candidato à Câmara do Porto. “Daqui a uns meses se verá. Neste momento, é um assunto que não está na minha agenda. Quando estiver, eu direi, de uma forma ou de outra”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

“Ainda agora vinha pelo caminho com medo de chegar tarde porque há imensa gente na rua que me pergunta ‘então, o senhor candidata-se?'”, conta. Mas garante: “neste momento, as questões do aeroporto, do Porto de Leixões e da Baixa preocupam-me mais do que isso”.