“Somos todos precisos. Todos e todas: funcionários públicos e do privado, efectivos, contratados, precários, reformados, pensionistas, estudantes e desempregados”. É assim que começa o manifesto, na página de Facebook, que convoca todos os que se quiserem juntar na Praça da Batalha, pelas 15h do dia 2 de março, contra o Orçamento do Estado para 2013.
“Custe o que custar, dizem. Doa a quem doer, dizem. Mas sabemos que custa sempre aos mesmos, que dói sempre aos mesmos”, continuam. E é contra a fome que “já se faz sentir em muitas casas, em muitas ruas, em muitas escolas”, contra a Troika, “esse governo não-eleito que continua a decidir o nosso futuro”, que Adriano Campos e Tatiana Moutinho – que dão a cara pelo evento – querem unir os portuenses: com “a força da revolta na voz e a solidariedade nos braços (…) para dizer NÃO”.
O apelo é dirigido “a todos os cidadãos e a todas as cidadãs, com e sem partido, com e sem emprego, com e sem esperança”, mas também “às organizações, aos movimentos cívicos, aos sindicatos, aos partidos políticos, às colectividades, aos grupos informais, de norte a sul”, porque afinal, dizem, “o povo é quem mais ordena”.
A vinda da Troika a Portugal a 25 de fevereiro, “para a 7.ª avaliação do assalto financeiro a que este governo insiste em chamar de resgate” parece ter sido a pólvora que incendiu este rastilho e, para já, estão confirmadas cerca de 100 pessoas.
Grupos de cidadãos exigem a demissão do Governo
Mas esta manifestação no Porto é apenas mais uma das que, no mesmo dia e à mesma hora, vão acontecer no resto do país. A organização “O Povo é quem mais ordena” convocou mesmo uma manifestação nacional e, neste caso, pede a reunião de todos os portuenses na Avenida dos Aliados. O objetivo é a demissão do governo e as razões são as mesmas.
A quem quiser aderir é proposto que leve um cartaz, uma folha, um cartão, ou uma t-shirt com “pelo menos uma solução para melhorar este caos que o Governo criou”. Até agora, a iniciativa já reuniu o consenso de mais de 450 pessoas e o apoio de outros grupos como o “Movimento Elevar Portugal“.