Esta sexta-feira (22), a partir das 15h30, a Manifestação em Defesa do Centro Comercial Stop chega à Avenida dos Aliados. O encerramento do edifício, previsto para hoje, foi adiado por dez dias úteis. Saiba porquê.

Os músicos e lojistas do Stop manifestaram-se a 24 de julho. Esta sexta-feira (22), regressam à Avenida dos Aliados para protestarem.

Devia fechar esta sexta-feira (22), mas ainda não é hoje que o Centro Comercial Stop encerra as portas ao público. O edital de 7 de setembro da Câmara Municipal do Porto que deu dez dias úteis aos utilizadores do centro para desocuparem o edifício não produziu efeito uma vez que a autarquia não terá conseguido notificar o administrador do condomínio até ao dia de ontem.

“Ao que pude apurar, até à manhã do dia de hoje [ontem, quinta-feira, 21], e pese embora todas as diligências, ainda não tínhamos conseguido notificar o senhor administrador [do encerramento]. Pelo que me informaram agora, terá sido notificado pessoalmente hoje, pelo que vão correr os 10 dias úteis previstos na lei”, explicou Rui Moreira num ofício enviado à Agência Lusa.

O balão de oxigénio para músicos, lojistas e artistas que trabalham no Stop não resolve, contudo o problema, adiando para 6 de outubro o possível fecho do centro.

Manifestação mantém-se

A notícia não fez retroceder a comunidade que já anunciado para esta sexta-feira (22) a Manifestação em Defesa do Centro Comercial Stop. Está marcada para as 15h30, na Avenida dos Aliados. Tal como aconteceu na manifestação de 24 de julho, também esta sexta-feira vai haver uma marcha, a partir das 19h30, até ao Centro Comercial Stop.

Também como aconteceu há dois meses, vai decorrer, em simultâneo com a manifestação no Porto, uma concentração solidária em Lisboa, em frente ao Teatro D. Maria II.

“Mantém-se, à data de hoje, a importância de reafirmar a importância do CC STOP enquanto local de trabalho de mais de 500 músicos – consequentemente, de um espaço de valor cultural incontornável – que vivem na ingrata incerteza de um despejo que lhes vai sendo ameaçado e adiado”, refere a organização do protesto em comunicado enviado às redações.

Petição ultrapassa 7.500 assinaturas

Entretanto, a petição “Em Defesa dos Músicos do CC STOP, do Porto, da Cultura e da Transparência no Processo Urbanístico”, lançada a 28 de agosto, reunia esta sexta-feira de manhã 7.850 assinaturas

As assinaturas são em número que permite a submissão para apreciação na Assembleia da República e na Assembleia Municipal do Porto, o que irá ser feito, de acordo com a plataforma Stop Manifesta.

O assunto vai chegar ao Parlamento já na próxima semana. As duas associações de músicos – ACM Stop e Alma Stop – e a administração do condomínio vão ser ouvidos na Comissão Parlamentar da Cultura, na terça-feira (26).

Já as audições do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) – cuja inspeção serviu de base a autarquia para determinar o encerramento do centro – foram rejeitadas pelo grupo parlamentar do Partido Socialista.

Rui Moreira sugere concertos de angariação de fundos

À margem da cerimónia de atribuição das Chaves da Cidade do Porto a Francisco Pinto Balsemão, e depois de ter reunido durante a manhã com as associações representativas dos músicos do Stop, Rui Moreira voltou a dizer aos jornalistas que está “empenhado em resolver o problema do Stop”, mas voltou a colocar a tónica na necessidade de serem feitas obras pelos proprietários. 

“Lembrei-me que podíamos organizar um conjunto de concertos solidários, que fossem um crowdfunding, que poderia permitir ajudar os proprietários a fazer as obras mínimas para aquilo [Stop] poder funcionar. Temos a possibilidade de fazer isso no Coliseu e no Rosa Mota”, declarou, considerando que esta é uma “forma indireta” de a autarquia ajudar músicos e proprietários.

Sobre a providência cautelar que a Câmara decidiu apresentar para instar o Ministério da Administração Interna e a ANEPC a determinarem o encerramento do Stop, o autarca garantiu ao jornal “Público” que já foi admitida pelo tribunal. 

Ao mesmo jornal, disse ainda que a autarquia não foi notificada relativamente a qualquer providência cautelar dos proprietários.