Dear Telephone, Memória de Peixe, PAUS e The Glockenwise são os nomes das bandas nacionais que terão o privilégio de partilhar o palco com alguns dos artistas maiores da música alternativa contemporânea. O primeiro dia de festival, que decorre de 30 de maio a 1 de junho, terá direito a folga no que toca a sonoridades portuguesas. Em contrapartida, o sábado e o domingo vão receber doses duplas.
Dear Telephone
Depois da passagem dos Dear Telephone pelo Optimus Primavera Club, André Simão, baixista da banda, revela alguma surpresa por, “pouco tempo depois”, terem saltado para o evento principal. “É um lote bastante exclusivo de bandas e é evidentemente uma honra partilhar lugar no cartaz”, conclui. O grupo está agora “na ressaca das gravações e misturas do primeiro longa duração” e André vê o “interesse da imprensa estrangeira” como uma das vantagens em atuar neste festival.
PAUS
Os PAUS também são repetentes em festivais com selo Primavera. Apesar de terem sido “contratados com uma semana de antecedência”, em 2012 a banda atuou na edição catalã para “substituir uma banda que teve que cancelar”, como conta o baterista, Hélio Morais. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, agora garante haver “tempo para promover a ida ao festival”. “E é sempre mais uma oportunidade de ver e estar com bandas que admiramos”, acrescenta. A banda lisboeta faz a dobradinha ao voltar a subir ao palco da versão espanhola, onde pretende fazer “contactos para tentar entrar mais frequentemente no mercado deles”.
No que diz respeito à inclusão de bandas portuguesas em festivais, Hélio deixa claro que “é, cada vez mais, algo natural”. “Os músicos e a música portuguesa vivem dias bons”, afirma. Sobre a atuação no Porto o baterista de PAUS relembra que Fábio Jevelim (Riding Pânico) se juntou à banda e que, por isso, “algumas músicas foram adaptadas”. Hélio adianta ainda a possibilidade de existir novo material e garante, desde já, um concerto efusivo.
2/4 de Barcelos
Dear Telephone e The Glockenwise, ou seja, metade das bandas nacionais a atuar no Optimus Primavera Sound, saem de Barcelos. A terra do galo tem-se destacado no panorama atual da música portuguesa e André, dos Dear Telephone, diz já não ter dúvidas face ao fenómeno – “é cósmico”. Já Rafael, dos The Glockenwise, acha graça o facto mas garante que, “sem trabalho, esta coincidência não teria acontecido”.
Memória de Peixe
Para Miguel Nicolau e Nuno Oliveira, dupla que forma Memória de Peixe, a surpresa foi ainda maior. “Conferimos todos os dias o cartaz, não só para nos lembrarmos mas também para perceber se estamos acordados”, conta o guitarrista, Miguel. Não querem fazer previsões mas asseguram que a premissa é sempre a mesma – “só pensamos em dar o nosso melhor”. Desta forma dizem já ter começado a trabalhar para a atuação.
Tal como Hélio, Miguel sente um reconhecimento crescente e sustentado da produção nacional na área. “A nova música portuguesa é cada vez mais inevitável”, afirma. O guitarrista ressalva a “criatividade”, a “vontade” e a “qualidade” nos mais variados géneros. “Também o há porque se fomenta e difunde a cultura, mesmo num cenário atípico, de uma forma acessível a todos, quer em blogues, na rádio, em festivais e concertos”, argumenta Miguel Nicolau.
The Glockenwise
O quarteto garage The Glockenwise já tinha pensado em atuar no Primavera Sound, “mas sempre de uma maneira bastante hipotética”, segundo Rafael Ferreira, guitarrista do grupo. Tocar neste tipo de festivais “é uma boa oportunidade” para se darem a conhecer, garante.
Também Rafael vê a presença de bandas nacionais como algo “cada vez mais normal”, uma vez que, para o jovem, “a música portuguesa está agora a viver a sua melhor altura”. Rafael adianta que a banda vai tocar os temas do segundo álbum, a ser lançado até à data, e que, “possivelmente”, vão haver “surpresas”.