Foi com jornalismo de Economia que abriu a primeira conferência sobre “Jornalismo Especializado”. O conferencista convidado, José Manuel Rocha, é jornalista do Público há 13 anos e trabalha hoje na secção de economia do jornal. Antes de falar à plateia sobre jornalismo económico, o conferencista começou por explicar que a “fome do leitor em ter mais informação” está por detrás de toda a especialização jornalística.

Seminário até dia 18

O seminário de Jornalismo Especializado contará com mais duas conferências sobre jornalismo de tecnologia, dado por Daniel Catalão (dia 12 de março) e jornalismo de política, nas mãos de Ricardo Jorge Pinto (dia 18 de março). O seminário acontece no curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto e tem entrada gratuita ao público.

Mas esse não foi o único motivo apontado pelo jornalista do Público. “A informação, neste momento, é uma floresta de ruído onde o jornalista, para evidenciar a sua voz, tem de se diferenciar dos outros jornalistas. Se não houver algo de diferente, ninguém ouve a nossa voz”, disse José Manuel Rocha.

Porém, o conferencista admite que “fazer-se ouvir” não é uma tarefa fácil. Depois de relembrar a “crise” que tem abalado a imprensa, sublinhou ainda a competição que os jornais mantêm com a televisão, Internet e rádio. O jornalista aponta que é difícil falar de um assunto especializado depois dos outros meios já o terem feito.

Para esse problema, José Manuel Rocha diz que “não há soluções fáceis, mas é preciso ir mais longe”. Acrescenta ainda que “é uma das tarefas nas quais nos devemos concentrar.”

O conferencista deu como exemplo o site informativo “Huffington Post“, já com várias edições internacionais, que tem causado sucesso graças às suas inúmeras e específicas subsecções especializadas em todo o tipo de temas. A secção mais recente do site dedica-se a informação sobre divórcios.

Jornalismo especializado em economia

Ao falar de jornalismo económico, José Manuel Rocha comparou o jornalismo a uma refeição. Segundo o jornalista, é importante que o jornal consiga dar a notícia, que funciona como “prato principal” e de seguida servir o “prato suplementar”, onde é explicado ao leitor o que aconteceu para se chegar até ali. A “sobremesa”, como José Manuel lhe chama, é dizer ao leitor o impacto que aquela notícia vai ter na sua vida.

O jornalista especializado em economia tem ainda de ser capaz de orientar as pessoas dentro de uma crise financeira, ajudá-las a gerir os seus orçamentos e ensiná-las a viver economicamente em sociedade. Destaca os jornais que estão atualmente a dar dicas sobre como gerir as despesas domésticas ou a publicar artigos para desempregados que se encontram, pela primeira vez, nessa situação.