Foi à margem de uma visita pela Universidade Júnior – que arrancou esta semana na Universidade do Porto (UP) – que José Marques dos Santos partilhou com os jornalistas uma das medidas orçamentais do Governo perante a UP.

O reitor revelou que o Executivo de Passos Coelho cortou 300 mil euros, no último duodécimo, sem avisar os responsáveis da instituição. “Nós ainda não sabemos qual é o Orçamento Retificativo, ninguém nos informou quais foram as alterações no orçamento, apenas sabemos que andam a mexer nas nossas contas, andam lá a cortar. Dizem-nos que temos de cortar, cortaram-nos 300 mil euros neste duodécimo, mas não sabemos se é para continuar, se é para aumentar, se é para diminuir”, disse.

Depois de, no fim de 2012, as universidades portuguesas e o Governo terem ultrapassado um período conturbado, a ocorrência em questão vem abalar, de novo, a relação. Por isso mesmo, Marques dos Santos pediu ao Executivo para “simplificar” a vida às universidades, visto que estas estão sob constante avaliação exterior. “Se nos complicam a vida com legislação e burocracia sem qualquer sentido, torna-se quase impossível lutar por uma posição cada vez melhor no panorama internacional”, referiu.

Este ano, a UP recebeu menos 9,1 milhões de euros do Estado, um valor que o reitor considera “inimaginável” e “surpreendente”, já que coloca em causa o normal funcionamento da universidade.