Para Óscar Flecha, responsável pelo Festival Internacional de Guitarra que, a partir deste sábado e até 6 de junho, coloca Santo Tirso no mapa do icónico instrumento, sublinha a importância da “guitarra acústica em particular, este ano”, como um das variantes mais presentes nos concertos desta edição.
Em relação aos espetáculos recomendados explica que “cada pessoa deve olhar para a programação e, tendo em conta se gosta mais de música popular ou de música clássica, escolher o concerto”.
Ainda assim, Óscar Flecha destaca, ao JPN, dois espetáculos: “O de abertura e o de encerramento têm figuras muito importantes”. O primeiro concerto, já no sábado, é dos alemães Joscho Stephan Trio. A banda apresenta o jazz com a guitarra acústica num concerto que começa pelas 21h30 no Auditório Eurico de Melo. Duas guitarras e um contrabaixista.
Já no último dia, a 6 de Junho, são os Soloduo que atuam. A banda italiana, que tocou em diversos continentes, apresenta agora em Portugal um repertório muito variado que abrange música clássica e romântica e vai desde os sons antigos aos mais contemporâneos. Para isso, recorrem à guitarra barroca e à teorba.
Workshop e Masterclasses
É importante lembrar que, para além dos concertos, o festival conta com atividades pedagógicas que incluem um workshop e três masterclasses. Óscar Flecha explica as principais diferenças entre as duas atividades: “Os workshops são dirigidos a um público mais vasto, as masterclasses são para específicas para guitarristas, estudantes de guitarra ou músicos que vão ter aulas com os convidados”. Esses convidados são Pablo Márquez, Amadeus e Soloduo, responsáveis pelas sessões de 23 e 29 de maio e 5 de junho, respetivamente. Os especialistas podem participar por 80 euros, enquanto quem optar por apenas assistir, paga 40 euros. No fim, todos recebem um certificado. Em relação ao workshop, gratuito e aberto a todos, é Mike Dawes quem vai partilhar experiências e ensinamentos.
O dia 21 de maio é preenchido pela atuação dos Toque de Caixa, que resultam da união de um grupo de amigos que, em conjunto, criam novas músicas numa fusão do moderno com o antigo. O dia seguinte é, para Óscar Flecha, dedicado “a um público mais abrangente, porque o guitarrista está a desenvolver uma técnica diferente, que inclui percussão, sons que aproveita de ruídos produzidos não especialmente com as cordas”. É o inglês Mike Dawes e vai executar uma série de arranjos de músicas conhecidas, de artistas como Stevie Wonder e David Guetta.
Pablo Márquez é outro artista que vai participar neste festival. É no dia 23 que se vai apresentar na Biblioteca Municipal e traz consigo a guitarra clássica. O músico dedica-se à pesquisa e divulgação da música latino-americana, como está envolvido com a contemporânea.
Para quem apenas a música não chega, há “algo completamente diferente”, garante Óscar Flecha, referindo-se ao “filme concerto” de Joaquim Pavão, nos dias 28 e 29 de maio. Nesses dias, a Fábrica Santo Thyrso vai receber um espetáculo diferente em que as músicas foram compostas para as imagens que vão ser projetadas, havendo um complemento da audição com a visão, do qual resulta “um concerto com características completamente invulgares”.
Festival nas Escolas
Entretanto, nos dias 21 e 28 de maio, existe a parte da programação “Festival nas Escolas”. No entanto, ao contrário do que o nome indica, “é direcionado às escolas de Santo Tirso, mas também a toda a comunidade”. As atividades são gratuitas e incluem duas das bandas que participam nos concertos. No dia 21, os Toque de Caixa divulgam a música portuguesa e folclórica numa apresentação com instrumentos portugueses que ilustram e recriam algumas das músicas tradicionais. Já no dia 28, Joaquim Pavão apresenta uma conferência em que aborda o seu ponto de vista acerca do próprio espetáculo em que é compositor, cineasta e intérprete.
No dia 30 de maio chegam da Alemanha os Amadeus. A dupla, constituída por Dale Kavanagh e Thomas Kirchhoff, é conhecida pela sua capacidade criativa, a articulação altamente sensível e os sons quentes e ricos da música clássica.
Portugal e França unem-se mais do que nunca a 5 de junho. Os alunos da orquestra Artave, de Santo Tirso, e o guitarrista francês Judicaël Perroy, vão partilhar o palco do Auditório Padre António Vieira. O maestro Luís Machado é o responsável por guiar este espetáculo de música clássica.
No dia seguinte, os Soloduo são os responsáveis pelo encerramento do festival. Já tocaram em vários continentes e apresentam um repertório de música clássica, romântica, contemporânea e ainda antiga que é apresentada ao som da guitarra barroca e teorba, um instrumento de cordas criado em Itália.
Os bilhetes para os concertos custam 7,5 euros e os estudantes têm um desconto de 50%.
