As negociações com a Câmara do Porto para a possibilidade de cedência de um espaço já datam de há muito, tendo a promessa inicial sido feita em 2005. No entanto, foi apenas em 2013 que a Câmara cedeu formalmente o espaço para a concretização do desejo de longa data da Federação Académica do Porto (FAP): o “Pólo Zero”. Por diversas dificuldades, tanto antes como depois desse ano, as obras não se puderam concretizar. Esta semana iniciaram oficialmente.
Localizado na Praça de Lisboa, ao lado do Passeio dos Clérigos, o Pólo Zero tem a entrada virada para a Torre, uma área de 520 metros quadrados e está destinado aos estudantes. Em conversa com Daniel Freitas, presidente da FAP, o JPN conseguiu apurar que, embora não exista data de abertura marcada, as estimativas apontam para que a obra tenha a duração de dois meses.
A principal filosofia do edifício é a de open space: o espaço principal será preenchido na maior parte do tempo com mesas e cadeiras, com o intuito de formar assim um local de estudo adequado. No entanto, também pretende ser multifacetado, pois, em caso de necessidade, as mesmas serão removidas e o espaço será transformado em auditório cujas atividades poderão incluir desde formações ou workshops a conferências e palestras.
Horário de funcionamento
Quanto ao horário de funcionamento, a organização ainda está a estudar a sustentabilidade de o espaço permanecer aberto 24 horas, sem, no entanto, comprometer-se a afirmar que essa ideia será definitiva. Ainda assim, caso se venha a concretizar, o local terá segurança a funcionar.
Terá também uma área lounge para repouso, mas não irá possuir qualquer tipo de café/bar. Para alimentação, na verdade, estarão disponíveis, no interior, máquinas de venda automática. À entrada estará um balcão de atendimento que terá como objetivo principal ser a primeira porta de entrada a novos estudantes, sejam eles de Erasmus ou não, providenciando ajuda quanto a localização, alojamento e outras necessidades de apoio que recém-chegados poderão precisar.
O único espaço fechado dentro do “Pólo Zero” será uma sala vidrada, que terá como função ser uma sala de reuniões que possa satisfazer, por exemplo, necessidades de associações de estudantes. Na verdade, a sala de reuniões tem como foco principal a aposta da FAP em incentivar o empreendedorismo através da fomentação de iniciativas por parte dos estudantes, criação de start-ups e outros tipos de projetos empreendedores. A FAP pretende disponibilizar aí todos os recursos e ajuda necessários para que os alunos invistam no seu empreendedorismo.
Apesar desta ser uma das suas funções principais, o local não será apenas uma sala de estudo. A ideia é também conseguir ocupar o espaço com a elaboração cuidada de uma agenda cultural, de forma a preencher mais regularmente o espaço e dinamizar o seu uso, com iniciativas que vão desde concertos a exposições.
O Pólo Zero “não é para a FAP”
Para Daniel Freitas, presidente da FAP, a construção do “Pólo Zero” surge para “cobrir uma necessidade” sentida por todos. É muito claro ao afirmar que isto “não é para a FAP”, mas sim “um espaço para a cidade e para os estudantes”.
Pretende, através desta novidade, ajudar pessoas ou grupos de estudantes e facilitar o acesso a espaços potenciados para os mesmos. “Um ótimo espaço de estudo para ajudar os alunos”, mas não só: “Não queremos que seja só isto”, afirma. Daniel. “A possibilidade de um aluno poder apresentar um livro seu” ou “associações realizarem as suas reuniões aqui” são alguns dos exemplos dados para justificar esses outros usos que o novo espaço poderá ter.
A entrada para o Pólo será aberta a toda a gente, não só a estudantes, além de que não haverá qualquer custo à entrada.