Um conjunto de fotografias tiradas no 25 de Abril de 1974 vai estar em exposição até ao final da semana, nos corredores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). As fotografias foram cedidas pela Delegação do Norte do Sindicato dos Jornalistas. Além da Revolução de Abril, estão também retratados outros momentos como o 1º de maio.
A exposição insere-se num conjunto de atividades organizadas pela Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (AEFLUP) para assinalar os 42 anos da revolução que ditou o fim do regime autoritário em Portugal. Até ao final da semana vão ter lugar outras duas atividades.
No dia 27 de abril, o anfiteatro nobre da faculdade recebe o debate “As eleições durante o fascismo e outros momentos de resistência”, com a presença de Maria José Ribeiro, que integrou a Comissão da Juventude da campanha do general Humberto Delgado. O debate vai ter início às 17h30 e, mais tarde, o bar dos alunos vai receber um concurso “Especial Revolução”, com questões sobre várias revoluções que marcaram a história da humanidade. O estudante premiado vai receber um prémio no valor de 50 euros em livros na livraria da faculdade.
Os estudantes e a liberdade
O JPN esteve à conversa com Daniel Gonçalves, presidente da AEFLUP, que salientou a importância de marcar a data para reavivar a memória dos estudantes. Além disso, a associação de estudantes destaca a importância da liberdade conquistada, que enfrenta desafios no quotidiano.
Para o presidente da AEFLUP “a democracia é muito importante e a AE valoriza muito a liberdade e quem lutou por ela”. Daniel acrescenta ainda que “hoje em dia, grande parte dos jovens se calhar não são tão afetos à realidade do que foi o 25 de Abril e o que representou para o país”.
“Quem entra aqui terá nascido em 97/98, e, tendencialmente, os pais destes estudantes já terão poucas memórias do que foi o 25 de Abril. Esse elo de transmissão de informação falha em casa. E, nós achamos importante fazer este exercício de memória”, reforça o presidente da AEFLUP.
Daniel Gonçalves acredita que atualmente existem outros desafios à liberdade que foi conquistada e, por isso, é necessário mostrar aos estudantes da FLUP que não podem perder essa liberdade para a valorizarem.
“Que tipo de liberdade há hoje? A Internet é cada vez mais atacada, as pessoas perdem liberdade ‘online’, perdem privacidade. Isso é democrático? Temos de lutar contra o sistema sem rosto e em várias frentes. É um alerta para o presente e para o futuro. Há uma série de coisas em que as nossas liberdades se encontram ameaçadas, por exemplo continua a haver um ataque às nossas liberdades sob o pretexto do terrorismo”, alerta Daniel Gonçalves.
Artigo editado por Sara Gerivaz