Em agosto de 2016, Raquel André viajou até ao Vale do Minho para conhecer as histórias e os segredos de 13 colecionadores. Conheceu as famílias, as casas, as localidades e, das horas de conversa, resultaram 625 perguntas e respostas que constituem esta coleção.
Mário coleciona vinis, Rodrigo cromos e Carlota sereias de porcelana; Catarina perfumes, Patrício livros de ilustrações e Rosa Maria faz as suas bonecas de papelão; Alfredina e José têm um jardim cheio de camélias. São estes alguns dos colecionadores de memórias que a artista encontrou por Paredes de Coura, Vila Nova de Ceveira, Melgaço e Valença.
São eles a base do espetáculo “O Segredo de Simónides – Coleção de Colecionadores” que entra em cena na noite de sexta-feira. O Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) arranca já esta noite, mas é o trabalho de Raquel André que marca a abertura oficial do certame.
À margem do ensaio de imprensa, a criadora falou com o JPN acerca da sua paixão pelo colecionismo e de que forma esta atividade está presente na sua vida pessoal e profissional.
O projeto foi o vencedor da segunda edição da Bolsa de Criação Isabel Alves Costa e resulta da cooperação entre o Teatro Municipal do Porto, o FIMP e as Comédias do Minho.
Este trabalho sucede a “Coleção de Amantes”, um espetáculo fotográfico para o qual Raquel se encontrou com 73 desconhecidos em apartamentos pelo país fora para partilharem intimidades das mais diversas formas. Ambos os projetos contam com David Santos (Noiserv) na música, uma colaboração que Raquel considera bem conseguida.
“O Segredo de Simónides – Coleção de Colecionadores” vai estar ter duas exibições no Teatro Rivoli, esta sexta-feira (21h30) e sábado (19h00). O evento arranca esta quinta-feira com a primeira de três exibições de “Não sei o que o amanhã trará”, a partir da obra de Fernando Pessoa. A obra é uma produção da Limite Zero e passa no Palácio do Bolhão.
Artigo revisto por Filipa Silva