O Boavista entrou mal na Liga NOS. A equipa do Bessa foi a Portimão perder por 2-1 contra um provável rival direto na luta pela manutenção: o Portimonense. A equipa algarvia apresentou-se com a mesma estrutura da época anterior. Apenas dois reforços marcaram presença no 11 inicial: Rúben Fernandes e Wellington Carvalho. Na frente do ataque, Vítor Oliveira não pôde contar com o melhor marcador da época passada: Pires. A opção passou pela adaptação de Fabrício à posição.
O jogo começou mal para as Panteras, que encontraram um Portimonense aguerrido, focado em não se deixar passar por pequeno, apesar da menor experiência no principal escalão do futebol português. Destaque para Ricardo Pessoa como um dos principais obreiros da boa entrada dos algarvios no jogo.
A partir do minuto 15 começa a aparecer mais Boavista na partida. O fôlego do Portimonense foi desaparecendo num jogo que até então não havia tido nenhuma oportunidade clara de golo.
O primeiro momento de perigo chegaria ao minuto 19. Depois de uma boa ação ofensiva de Tabata, Paulinho rematou forte de pé esquerdo contra as malhas laterais de Vagner, guarda-redes do Boavista. O estádio chegou a gritar golo.
Na resposta, um grande trabalho de Rochinha, um jogador que não teve muito tempo de jogo a época passada, acabou no golo do Boavista. Estava inaugurado o marcador. Há alguma culpa de Pedro Sá no golo. O jogador do Portimonense abordou o lance de forma incorreta, talvez pelo medo de fazer penalti. 1-0 para o Boavista à passagem do minuto 22.
O Portimonense acusou o golo sofrido, mostrando menor confiança e quebras na organização de jogo. Do outro lado o Boavista foi crescendo e controlando a partida. Ao minuto 29, Leonardo podia ter dilatado a vantagem, mas o remate saiu mal ao avançado do Boavista.
Até ao intervalo as Panteras foram acalmando o jogo, fechando os espaços a um Portimonense adormecido. Ao minuto 44, um escorregão de Wellington quase fez com que o Boavista fizesse o segundo golo. Valeu a ação defensiva de Paulinho.
O Boavista entrou na segunda parte mais pressionante, por forma a evitar os processos de construção de jogo do adversário. Mas com a segunda parte voltou o Portimonense do arranque da partida. O intervalo fez bem aos algarvios, que acabaram o chegar ao golo à passagem do minuto 54.
O reforço Rúben Fernandes aproveitou a confusão na área no seguimento de um canto e igualou a partida para a equipa da casa. Um lance que foi revisto pelo vídeo-árbitro devido a dúvidas quanto à existência ou não de fora de jogo aquando do golo. O golo foi validado.
O Portimonense continuou por cima, confirmando que a boa entrada na segunda parte veio para ficar. Do lado do Boavista, é merecedora de realce mais uma grande jogada protagonizada por Rochinha, ao minuto 61.
Com o avançar do cronómetro nesta tarde de calor em Portimão, o jogo foi perdendo interesse. Talvez por culpa do desgaste, talvez por ser a primeira jornada do campeonato e os processos ainda não estarem assimilados nas equipas, o jogo passou a ser disputado quase exclusivamente no meio-campo, com muitos passes falhados.
Nesta altura os jogadores iam aproveitando as paragens no jogo para beber água e tentar refrescar as ideias. No jogo faltava exatamente isso: ideias.
Foi neste deserto de ideias, numa altura sem oportunidades claras de golo para nenhuma das equipas, que o Portimonense se colocou em vantagem no jogo. Uma arrancada de Manafá seguida de um bom remate de Tabata fez com que os algarvios completassem a reviravolta ao minuto 85.
A equipa do Bessa só conseguiu responder ao golo sofrido de forma concreta numa jogada em que Nuno Henrique foi apanhado em fora de jogo. Terminou a partida com a festa do Portimonense que regressou da melhor forma ao principal escalão. O Boavista viu fugir três pontos.
No final do jogo, Miguel Leal explicou a derrota dizendo que o Portimonense “tem mais entrosamento” do que a sua equipa neste momento. “Nós, aqui e ali, sem grande serenidade, sem grande entrosamento e sem qualidade, fomos facilitando a tarefa ao adversário. Mas estou satisfeito com o trabalho dos atletas. Este foi apenas o primeiro jogo, temos pela frente uma grande corrida, um campeonato longo”, refletiu o técnico do Boavista.
Vítor Oliveira entende que a vitória da sua equipa “é justa”. O treinador do Portimonense defendeu ainda que a sua equipa foi superior “nos dois tempos” . “No primeiro, fomos surpreendidos por um golo do adversário, que pouco tinha feito para justificá-lo. Na segunda parte, subimos as linhas, fomos pressionantes e controlámos esses 45 minutos. Acabámos por chegar à vitória, com toda a justiça”.
Na próxima jornada o Boavista recebe o Rio Ave e a equipa de Portimão vai visitar o Sporting Clube de Braga.
Artigo editado por Filipa Silva