O Boavista, com apenas uma alteração no onze inicial (saiu Mateus, entrou Carraça), procurava ser feliz no regresso ao Bessa. O Rio Ave, que apresentou o mesmo onze que bateu o Belenenses na primeira jornada, não deixou que as Panteras cumprissem o seu desejo.
Poucas ideias, muitas faltas
Um futebol pouco esclarecido, muito físico, com muitas faltas. Assim foi todo o início da partida, com as marcações muito fechadas por parte das duas equipas.
As 4053 pessoas que se deslocaram ao Estádio do Bessa Século XXI viram o jogo mudar de figura quando, a partir do meio da primeira parte, o Boavista começou a optar por subir no terreno quando não tinha a bola, para pressionar a construção de jogo do Rio Ave e colocar mais intensidade no jogo. O Boavista começou a crescer, mas teve muitas dificuldades para criar perigo no último terço do terreno de jogo.
Completamente contra a corrente de jogo e sem que nenhuma das equipas tivesse criado anteriormente jogadas de muito perigo: foi nesta conjuntura que surgiu o primeiro golo do Rio Ave. No seguimento de um livre bem batido por Yuri Ribeiro, Guedes finaliza e coloca os vila-condenses na frente do marcador à passagem do minuto 29.
Domínio vilacondense
Depois do golo, o Rio Ave passou a controlar a partida. A equipa de Miguel Cardoso procurou sempre manter a posse de bola e afirmar assim o seu domínio. O Boavista não conseguiu responder ao golo sofrido, até porque a bola raramente saía da posse da equipa adversária.
Assim começou também a segunda parte: um Rio Ave dominador contra um Boavista adormecido. Ao minuto 49, Rúben Ribeiro podia até ter aumentado a vantagem dos visitantes, mas o extremo português não conseguiu responder da melhor forma ao cruzamento de Guedes.
Miguel Leal analisou a partida e decidiu fazer entrar Mateus e Tahar. Esta alteração acabaria ser crucial no desenrolar da partida. O Boavista voltou a subir as linhas para evitar que o Rio Ave construísse o seu jogo a partir da defesa, sempre com a preocupação de não deixar Geraldes ter a bola em sua posse. Com esta alteração, os vila-condenses deixaram de conseguir sair a jogar e os axadrezados iam novamente crescendo cada vez mais na partida.
Panteras de volta ao jogo
Este crescimento acabaria por levar ao golo do empate. Ao minuto 76, Rochinha surge completamente isolado à entrada da área depois de um alívio de Henrique e faz o empate. O médio português marcou o seu segundo golo na Liga NOS.
Depois do empate, o Boavista não se mostrou satisfeito. Continuou muito subido no terreno, a procurar o segundo golo que fizesse com que os três pontos ficassem no Bessa. No entanto, e mais uma vez numa altura em que nada o fazia prever, o Rio Ave coloca-se na frente do marcador.
Os axadrezados, descompensados defensivamente, foram apanhados de surpresa pela arrancada de Gabrielzinho, numa jogada que acabou no golo do recém-entrado Pedro Moreira. A opção pelo ex-jogador do Boavista – que recusou festejar o golo por respeito aos adeptos da casa – acabou por ser a melhor decisão da noite de Miguel Cardoso. O treinador do Rio Ave ia fazer entrar Nuno Santos. À última, optou por colocar Pedro Moreira em campo. Esta decisão, que em nada agradou a Nuno Santos, acabou por valer três pontos à equipa de Vila do Conde.
Cássio foi herói
Tudo indicava que o jogo estava resolvido. O tempo era pouco e o Boavista não parecia capaz de mudar o resultado. Mas, ao cair do pano, Rúben Ribeiro derruba Vítor Bruno e Luís Ferreira aponta para a marca de grande penalidade. Grande festa no Bessa com a decisão da equipa de arbitragem. Leonardo Ruiz assumiu a marcação do pontapé de grande penalidade. No momento decisivo, Cássio não deixou que Ruiz fosse o herói. O guarda-redes, que festejava o seu 34º aniversário, acabou por dar uma prenda aos adeptos vila-condenses: os três pontos. O Rio Ave saiu do Bessa em primeiro lugar, com os mesmos pontos que o Sporting. Já o Boavista continua sem qualquer ponto na Liga NOS.
“Sem stress”
No final do jogo, Miguel Leal defende que o jogo “foi sempre renhido, foi sempre equilibrado”. O técnico dos axadrezados acabou por aproveitar a flash inteview para tranquilizar os adeptos do Boavista, dizendo que as suas equipas “normalmente fazem um campeonato tranquilo e desta não será diferente. Vamos jogar muito melhor, vamos fazer muitos mais pontos e vamos alcançar os nossos objetivos tranquilamente”. “Sem stress”, foi repetindo ao longo da entrevista.
“Fomos claramente a melhor equipa em campo”
Miguel Cardoso considerou que a vitória foi “mais que justa” tendo em conta que a sua equipa foi “claramente a melhor em campo”. O treinador do Rio Ave queixou-se ainda do futebol praticado pela equipa do Bessa: “Quisemos sempre jogar futebol positivo, mas neste contexto é difícil”.
Na próxima jornada, o Boavista vai à Madeira defrontar o Marítimo. Já o Rio Ave recebe o Portimonense.
Artigo editado por Filipa Silva