O cofundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi detido em Londres esta quinta-feira de manhã. Assange estava refugiado na Embaixada do Equador, em Londres, desde agosto de 2012.
Em comunicado, a polícia metropolitana indicou que executou “um mandado emitido pelo Tribunal de Magistrados de Westminster em 29 de junho de 2012, por [Julian Assange] não se ter apresentado em tribunal”.
Julian Assange has been arrested by officers from the Metropolitan Police Service https://t.co/yhOIPbmMo2 pic.twitter.com/dUrDp228In
— Metropolitan Police (@metpoliceuk) 11 de abril de 2019
Segundo a polícia metropolitana, Assange “foi posto sob custódia numa esquadra da polícia no centro de Londres onde ficará, até ser apresentando perante o Tribunal de Magistrados de Westminster brevemente”.
O canal de televisão russo RT publicou na conta de Twitter o momento da detenção.
WATCH: Moment Julian Assange is CARRIED out of the Ecuadorian Embassy in London. pic.twitter.com/OEeqmoksGr
— RT UK (@RTUKnews) 11 de abril de 2019
No Twitter, minutos antes da detenção, o perfil do Wikileaks dava conta que o país da América do Sul tinha “ilegalmente” posto fim ao acordo de asilo político, “violando a lei internacional”, e que Assange tinha sido preso dentro da embaixada pelas autoridades britânicas. Julian não saiu do edifício pelo próprio pé e terá sido o embaixador a convidar as autoridades a entrar.
URGENT: Ecuador has illigally terminated Assange political asylum in violation of international law. He was arrested by the British police inside the Ecuadorian embassy minutes ago.https://t.co/6Ukjh2rMKD
— WikiLeaks (@wikileaks) 11 de abril de 2019
Citado pela agência Reuters, o presidente equatoriano, Lenin Moreno acusa o fundador do WikiLeaks de conduta agressiva e hostil e de desrespeito pelos tratados internacionais. “O Equador é um país respeitoso e de braços abertos, (…) mas a paciência esgotou-se“, disse o chefe de Estado no Twitter, depois da ingerência de Assange nos assuntos internos do país.
In a sovereign decision Ecuador withdrew the asylum status to Julian Assange after his repeated violations to international conventions and daily-life protocols. #EcuadorSoberano pic.twitter.com/pZsDsYNI0B
— Lenín Moreno (@Lenin) 11 de abril de 2019
O presidente do Equador assegura ainda ter recebido das autoridades britânicas garantias escritas de que Assange não será extraditado para um país onde possa ser torturado ou sofrer pena de morte.
O ministro do Interior do Reino Unido, Sajid Javid, também confirmou no Twitter a detenção: “Quase sete anos depois de entrar na embaixada equatoriana, posso confirmar que Julian Assange se encontra agora sob a custódia da polícia e a enfrentar a justiça no Reino Unido. Quero agradecer ao Equador pela cooperação e à polícia metropolitana pelo seu profissionalismo. Ninguém está acima da lei.”
Nearly 7yrs after entering the Ecuadorean Embassy, I can confirm Julian Assange is now in police custody and rightly facing justice in the UK. I would like to thank Ecuador for its cooperation & @metpoliceuk for its professionalism. No one is above the law
— Sajid Javid (@sajidjavid) 11 de abril de 2019
A detenção do fundador do Wikileaks acontece um dia depois de o porta-voz desta organização, Kristinn Hrafnsson, ter alertado que Julian Assange estava a ser espiado. Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Hrafnsson disse que o fundador do Wikileaks estava a ser alvo de chantagem com a ameaça de divulgação de vídeos, áudios e vários tipos de documentos.
Julian Assange deixou de ter acesso à internet em março e foi impedido também na mesma altura de receber visitas na Embaixada do Equador.
Recorde-se que Assange refugiou-se na Embaixada do Equador, na capital britânica, para evitar a extradição para a Suécia, na sequência de uma queixa de abuso sexual, que entretanto foi abandonada. Os EUA apelam à extradição de Assange devido à divulgação de milhares de documentos confidenciais do Estado norte-americano e das suas Forças Armadas.
Artigo atualizado pela última vez às 12h07
Artigo editado por César Castro