Ex-funcionários da WikiLeaks vão lançar um site alternativo chamado OpenLeaks, cuja principal diferença é não tornar públicos os documentos, actuando como intermediários ao fornecer informações aos meios de comunicação ou entidades que possam estar interessadas.
“A diferença em relação ao WikiLeaks é que nós não vamos publicar nada na página Web, mas antes vamos apoiar-nos numa rede informática segura em que haverá uma caixa morta disponível para poder deixar e retirar informação”, explica numa entrevista ao “Süddeutsche Zeitung”, um dos criadores da nova página, Herberg Snorrason.
A “caixa morta” consiste num espaço virtual em que as pessoas podem enviar documentos. Posteriormente, os funcionários do OpenLeaks desviam essas informações aos meios ou entidades que estejam interessados neles. Como explica Snorrason, que, tal como outros colaboradores, abandonaram a WikiLeaks por problemas internos com o líder Julian Assange, a caixa estará em cada uma das páginas Web das entidades que sejam sócias.
Uma dos principais assuntos que Snorrason refere é a utilização de uma rede segura com códigos cifrados para que as pessoas possam revelar as informações que possuem sem serem descobertas. “Este projecto pretende ajudar o nosso mundo”, salienta Snorrason.
Como novos sócios para a filtração de documentos podem estar jornais, grupos de direitos humanos, sindicatos e também governos. “Os funcionários, se tiverem autoridade para tal, podem fazer upload de documentos para, por exemplo, enfrentar certas críticas sobre uma determinada gestão”, explica Snorrason.
O OpenLeaks estará numa fase de prova até Abril do próximo ano, quando já poderá contar com cerca de cinco sócios, aos quais disponibilizará informação para poder criar uma extensa rede em vários países. Os sócios devem pagar mensalmente entre 200 e 500 euros, dependendo da sua capacidade financeira, e o que seja conseguido juntamente com as possíveis doações servirá para manter o site e pagar aos trabalhadores cujos valores dos salários serão divulgados.