São 43 as mortes registadas em Portugal devido ao novo coronavírus, mais dez do que o número registado ontem. Ainda de acordo com o Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde divulgado esta quarta-feira existem 2.995 casos de infeção confirmados, mais 633 do que no dia anterior, representando um aumento percentual de 27%.
Das dez mortes, seis registam-se na zona norte, que continua a ser a mais afetada, e quatro na zona centro.
O número total de óbitos distribui-se da seguinte forma: Norte (20), Lisboa e Vale do Tejo (12) e Centro (10) e Algarve (1).
Das 43 vítimas, 30 são homens e 13 são mulheres, todos com mais de 50 anos. Há 25 vítimas mortais com mais de 80 anos.
Há neste momento 21.155 casos suspeitos, 1.591 dos quais aguardam resultado laboratorial. O número de recuperados mantém-se nos 22.
Apenas 276 pessoas estão internadas, 61 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.
Em número de casos confirmados, a região norte é também a mais afetada, com 1.517 casos confirmados. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 992, e o Centro com 365. No Alentejo há 12 casos e no Algarve 62. O arquipélago dos Açores regista 17 casos e a Madeira 16.
Por concelho, Lisboa regista 187 casos, o Porto 137, a Maia 119, Vila Nova de Gaia 83, Valongo 71 e Gondomar 62.
Entrada na fase de mitigação
Na conferência de imprensa desta quarta-feira, a propósito da entrada de Portugal na fase de mitigação da pandemia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, esclareceu que, nesta fase, o país tem já “transmissão comunitária, não ainda exuberante, não ainda descontrolada, mas temos transmissão comunitária”.
Na fase de contenção, explica, havia “um canal privilegiado para hospitais de referência, onde estavam os médicos mais treinados”. Agora, o modelo vai abrir para responder aos casos de doença, consoante o seu grau de gravidade: “Cerca de 80% dos doentes vai ter sintomatologia ligeira e vai conseguir ficar no seu domicílio”, onde serão acompanhados, afirmou.
Um grupo de doentes com sintomas “um bocadinho mais graves” irá ao seu centro de saúde, que deverá estar dividido em áreas para suspeitos de COVID e doentes não-COVID. Num terceiro patamar, “os doentes mais graves, mas ainda não críticos, irão ao serviço de urgência para avaliação”, onde o médico decide se seguem para o quarto patamar, o do internamento. “Isto vai aplicar-se ao setor público, ao setor privado e ao setor social”, concluiu.
Quando confrontada com dúvidas sobre se os números dos boletins da DGS correspondem à realidade, Graça Freitas defende que “o número de mortos é inquestionável. À meia-noite todos os reportes de morte entram numa plataforma eletrónica, não é nem mais nem menos, exceto se houver um erro de codificação”, aublinhou.
Admite que há dados “mais finos, por concelho” que ainda é preciso “afinar”.
“Os dados reportam sempre ao que sabemos à meia-noite do dia anterior, e obviamente durante a noite vão havendo mais casos. Haverá sempre uma discrepância, sobretudo ao nível local, dos suspeitos, dos que estão a fazer exames. Pode haver desencontros horários, mas não há nenhum objetivo de enganar, de mentir ou de omitir. Não há nenhuma vantagem nem nenhuma forma de mentir numa situação destas: é impossível“, afirmou a diretora-geral da Saúde.
Quanto à capacidade de testagem, Antonio Lacerda Sales diz que a capacidade atual do Serviço Nacional de Saúde é de 6 mil testes diários, que, complementados com as capacidades dos convencionados – mais 2.600 – “dá uma capacidade diária de 8600 testes por dia”. E adianta que esta tarde o INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge) deve reunir com um conjunto de peritos da DGS para “começar a fazer uma avaliação da pertinência dos testes rápidos”.
Artigo editado por Filipa Silva
Artigo atualizado pela última vez às 15h13 com as declarações da conferência de imprensa do dia da DGS.