Os clubes de fitness “dificilmente” poderão reabrir a 1 de junho. O alerta é da Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) que reuniu esta terça-feira com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Ministério da Saúde e a secretaria de Estado da Juventude e do Desporto para discutir as medidas a tomar na reabertura dos ginásios em Portugal. “Não houve compromisso com nenhuma data, apesar de nos terem alertado de que dia 1 de junho era difícil”, avança ao JPN o presidente da AGAP, José Carlos Reis.

A faturação teve uma quebra superior a 70%, confirma. “O impacto neste momento é bastante dramático porque já há clubes à venda e isso mostra que a situação se está a tornar insustentável“, acrescenta.

Num setor em que as grandes cadeias de fitness são a minoria, representando um total de 30% da quota de mercado no setor, são as pequenas e micro empresas que saem mais prejudicadas com a quebra na faturação. “Não têm maneio para aguentar um período tão grande de encerramento”, sustenta José Carlos Reis.

Já há ginásios preparados para reabrir a 1 de junho, depois de dois meses encerrados, explica. Contudo, a data ainda não é certa e está dependente do veredito do Conselho de Ministros.

Medidas para reabrir

No passado dia 16 de abril, a AGAP entregou à secretaria de Estado da Juventude e do Desporto – que tutela o setor – uma proposta com medidas a adotar nos ginásios. A redução da capacidade dos ginásios, o encerramento de chuveiros nas primeiras semanas e o funcionamento de metade das máquinas, além a higienização dos equipamentos são algumas das medidas ontem discutidas.

Neste momento, já há clubes preparados com “as divisórias de acrílico, a marcação do solo e dos espaços para as aulas de grupo, a sinalização do espaço de entrada e saída sem cruzamento”, assim como já disponibilizam de “sistemas de gestão de software” para fazer o controlo de acesso dos sócios. “Vamos cumprir escrupulosamente todas as medidas que a DGS preconizar para dar segurança e confiança aos clientes”, remata.

“O que nos foi dito foi que a DGS ainda não tinha terminado o seu documento com as medidas, mas do que tinham elaborado até agora não havia diferenças muito grandes entre as medidas que nós preconizamos e as medidas que eles preconizam”, enfatiza José Carlos Reis. Apesar disso, o presidente da AGAP lamenta que a reunião não tenha sido definitiva.

Há confiança dos clientes para voltar?

A associação realizou ainda um inquérito para perceber o nível de confiança dos sócios para voltarem à atividade física num espaço fechado. Dos inquiridos, 46% manifestou vontade de regressar numa primeira fase de reabertura, confirma o presidente da AGAP. “Sabemos que vamos ter pessoas muito relutantes à entrada, principalmente os de idade mais avançada e os que tiverem patologia – as populações de risco. Esses vão demorar mais tempo a retornar”, admite.

José Carlos Reis destacou ainda que cada clube vai fazer formações com os profissionais relativas às diversas áreas que a reabertura implica – desde a higienização ao contato com o cliente.

Artigo editado por Filipa Silva.