O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) defende a continuidade das atividades avaliativas e letivas presenciais. Em comunicado oficial, enviado esta quarta-feira às redações, o orgão considerou que o risco de contágio nas instituições académicas “se pode considerar controlado“.

O CRUP acredita que, ao contrário do que acontece noutras áreas, o Ensino Superior não apresenta riscos elevados: “Em consequência da experiência adquirida e das medidas tomadas desde o início da crise, o nível de risco e o grau de preparação das Instituições de Ensino Superior face à pandemia tem provado ser fundamentadamente distinto do que se regista noutros setores da sociedade“, diz o texto do comunicado.

Os reitores apontam ainda que a atividade letiva “é residual“, devido ao atual período de avaliações de várias escolas do Ensino Superior. O CRUP, que é nesta altura presidido pelo Reitor da Universidade do Porto António de Sousa Pereira, defende que se trata de “uma fase crítica” do percurso académico dos estudantes, mas em que o risco de contágio “não é, de forma alguma, superior”.

Esta terça-feira, à saída da reunião no INFARMED, António Costa clarificou que “está fora de causa” a suspensão das atividades de avaliação do Ensino Superior. O ministro da tutela já tinha manifestado ao JPN a mesma vontade: “Não faz sentido o encerramento das instituições“, disse Manuel Heitor.

Portugal vai voltar ao confinamento geral e as medidas que vão ser anunciadas esta quarta-feira, previsivelmente ao final da tarde, terão “o horizonte temporal de um mês”, avisou ontem o primeiro-ministro.

Esta quarta-feira de manhã, a Assembleia da República aprovou a renovação do estado de emergência até 30 de janeiro. O diploma foi aprovado com os votos a favor do PS, PSD, CDS, PAN e da deputada não-inscrita Cristina Rodrigues. O PCP, o PEV, a Iniciativa Liberal, o Chega e a deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira votaram contra. O BE absteve-se.

O Presidente da República já assinou a renovação do estado de emergência. O Governo anuncia ainda hoje as medidas depois de reunido o Conselho de Ministros, podendo as mesmas entrar em vigor já esta quinta-feira.

O CRUP demonstra-se disponível para “ajustar as medidas que preconiza“, consoante a evolução da pandemia da COVID-19, em Portugal.

Artigo editado por Filipa Silva