Após o fecho das salas de aula em janeiro, o ensino superior regressa, a partir da próxima semana, à atividade presencial. As regras são as mesmas, mas, agora, as zaragatoas passam a fazer parte da equação.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) aprovaram uma orientação para o rastreio do SARS-CoV-2 nas instituições de ensino superior, que engloba a realização de um teste rápido de antigénio a toda a comunidade académica, incluindo estudantes e funcionários, aquando do retorno às instalações.

Os meios para a realização destes testes podem ser garantidos internamente pelas instituições de ensino superior que tenham esse tipo de recursos, através de iniciativas autárquicas ou de outras entidades públicas ou privadas.

Existe ainda a possibilidade de adesão a um programa de testagem que resulta da colaboração entre a DGES e a Cruz Vermelha Portuguesa, que tem em vista o fornecimento de testes, equipas de testagem e a formação dos recursos humanos das  instituições.

Contactada pelo JPN, Joana Pinheiro, do gabinete de comunicação da Cruz Vermelha, esclarece que estes recursos vão ser fornecidos de acordo com as necessidades de cada uma das escolas. Todas as instituições do país foram contactadas ao longo da última semana e, nas 36 do ensino superior público, são 17 as “autónomas”, que apenas necessitam de kits de testagem. Já no privado, 25 (de 73) têm recursos próprios.

A Cruz Vermelha Portuguesa dispõe de 72 equipas móveis, distribuídas entre ensino secundário e superior, que esperam começar a testar entre os dias 15 e 19. “Não temos nenhuma escola que nos tenha solicitado iniciar antes desta data”, adianta Joana Pinheiro, sendo que algumas das instituições começam já esta semana, mas com recursos próprios.

Os pontos de rastreio associados a cada uma das instituições de ensino superior podem ser consultados num mapa publicado pela DGES, em atualização permanente.

Universidade do Porto a testar a partir desta semana

A Universidade do Porto avança que o programa de rastreio vai ser implementado a partir desta segunda-feira (12) – uma semana antes do regresso à atividade presencial. É assim uma das instituições que, tendo meios para tal, optou por se antecipar.

Os testes rápidos vão ser realizados de forma voluntária e por marcação prévia. “Os membros da comunidade académica receberão na caixa de correio institucional um email com informações sobre o agendamento do teste de diagnóstico”, informou a UP num comunicado enviado a toda a comunidade académica. Nesta informação, não está esclarecido como vai ser organizada a convocatória.

Para a testarem, a instituição informa que vai ter em funcionamento dez centros de testagem instalados nos vários pólos da Universidade, tendo em conta, segundo Raul Santos, do gabinete de comunicação, “o tamanho da comunidade e a dispersão das faculdades”.

Mesmo tendo recursos próprios, nomeadamente das escolas das Ciências da Saúde e do Instituto de Saúde Pública (ISPUP), que vão “assumir o grosso da testagem”, a instituição vai contar com algum apoio fornecido pela Cruz Vermelha Portuguesa.

Assim, a distribuição vai ser feita através de uma “divisão de postos de testagem”, que vão ficar ao encargo das entidades mencionadas.

Os resultados de cada teste serão enviados por e-mail 30 minutos após a sua realização.

IPP já está a fazer “teste aos testes”, mas campanha arranca oficialmente a 19

Já no Politécnico do Porto (IPP), está previsto, segundo Gabriela Poças, do gabinete de comunicação, que a testagem arranque oficialmente no dia 19.

O apoio da Cruz Vermelha Portuguesa vai passar apenas pela entrega de testes e por uma formação de recursos humanos, sendo que os restantes meios serão os do próprio IPP. A instituição vai também contar com 70 estudantes, que vão prestar serviço voluntário no ponto de rastreio – localizado no Porto Research, Technology & Innovation Center (PORTIC), junto à Escola Superior de Saúde – e dar apoio logístico.

Contactado pelo JPN, o coordenador do PORTIC, Luís Miguel Pinho, acrescenta que a testagem vai começar pelo pessoal docente e não docente do Politécnico, antes de passar aos estudantes, e que a marcação prévia será online, através da plataforma da instituição.

O mesmo responsável adianta ainda que o PORTIC está a realizar “um teste aos testes”, antes de arrancar oficialmente com o rastreio. De forma a “testar o sistema”, esta segunda-feira foram já rastreados cerca de 50 docentes e não docentes e, na sexta-feira, está prevista a testagem de 50 a 100 estudantes.

Em conjunto, a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto têm mais de 50 mil estudantes inscritos.

Artigo editado por Filipa Silva

Artigo atualizado a 13 de abril, às 17h10, com o número de instituições privadas autónomas e a ligação para o mapa de pontos de rastreio.