Depois da vitória do Sporting no terreno do SC Braga, no domingo, o Futebol Clube do Porto deslocou-se, esta segunda-feira, até Moreira de Cónegos para defrontar o Moreirense Futebol Clube, com o objetivo de se recolocar a quatro pontos do líder. Com enormes dificuldades para criar lances de perigo, os “azuis e brancos” estiveram a perder até bem perto do final, conseguiram empatar e viram o golo da vitória ser anulado já nos descontos. Ferraresi e Taremi foram os marcadores num jogo que viu o segundo classificado ficar mais longe do líder do campeonato.

Em relação à vitória pela margem mínima na receção ao Vitória Sport Clube, Sérgio Conceição, técnico dos “dragões”, não fez qualquer alteração no seu onze inicial, que voltou a não contar com Zaidu na lateral-esquerda, ainda a contas com uma lesão. Nesse sentido, Nanú manteve-se do lado direito da defesa, enquanto Wilson Manafá atuou na faixa esquerda. As restantes peças mais utilizadas pelo treinador portista ao longo desta época voltaram a ser aposta.

Por sua vez, a equipa do concelho de Guimarães comandada por Vasco Seabra, num seguro oitavo lugar na classificação, mas há duas jornadas sem vencer, apresentou três mudanças por comparação com o empate nos Açores diante do Santa Clara. Na defesa, o lateral-direito Anthony D’Alberto foi substituído pelo central Nahuel Ferraresi, David Simão rendeu Gonçalo Franco no meio-campo, e na frente, Yan Matheus foi titular no lugar de Felipe Pires.

Pouca imaginação no ataque portista

Num palco onde habitualmente sente dificuldades – em 13 encontros, os “dragões” venceram apenas em seis visitas ao Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas -, o FC Porto assumiu as despesas do encontro durante quase toda a primeira parte. Ainda assim, o Moreirense FC foi a primeira equipa a conseguir uma chegada perigosa à área, ainda no segundo minuto de jogo, com Filipe Soares a chegar atrasado a um cruzamento.

Com três centrais e uma linha de cinco no momento defensivo, a equipa de Moreira de Cónegos conseguiu maniatar a manobra ofensiva dos “dragões”, ao anular os cruzamentos e as tentativas de exploração da profundidade nas suas costas. No ataque, a formação da casa tentava explorar algumas perdas de bola do meio-campo portista para sair em transição rápida na direção da baliza de Marchesín, embora os centrais “azuis e brancos” tenham anulado com sucesso esses esforços.

A dificuldades do FC Porto para criar perigo mantiveram-se ao longo dos primeiros 45 minutos, com a exceção de um cruzamento de Corona para Marega, que viu o seu cabeceamento ser intercetado por Abdoulaye Ba, antigo jogador da formação portista, e um lançamento longo de Mbemba que encontrou Taremi nas costas da defesa, mas o iraniano falhou o remate. Com a equipa bem posicionada e a pressionar o portador da bola dentro do seu meio-campo, o Moreirense FC estava tranquilo na partida.

Seguros na defesa, os comandados de Vasco Seabra tiveram a primeira grande oportunidade do encontro após uma excelente jogada de envolvimento. Cruzamento rasteiro do lateral Abdu Conté para Rafael Martins, que amorteceu para o remate em zona frontal de Yan Matheus, intercetado in extremis por Mbemba.

Naquele que foi o momento de maior fulgor ofensivo da equipa da casa e na sequência de vários cantos consecutivos, o central Ferraresi, que na época passada esteve emprestado à equipa B dos “dragões”, correspondeu da melhor forma a um cruzamento rasteiro e com um remate forte bateu o guardião “azul e branco” para fazer o 1-0, aos 37 minutos.

Na resposta, Corona apareceu em zona de remate, mas, mais uma vez, o disparo acabou intercetado por um central da equipa da casa antes de chegar à baliza de Pasinato. Até ao intervalo, o FC Porto não voltou a criar perigo e foi para os balneários em desvantagem no marcador.

Golo tardio e reviravolta anulada pelo VAR

A precisar de mudar o rumo dos acontecimentos, os “dragões” entraram a todo o gás na segunda parte e Mbemba isolou, ainda no primeiro minuto, o avançado Taremi, que obrigou o guardião brasileiro à primeira intervenção de registo na partida. Poucos minutos depois, um livre lateral de Sérgio Oliveira obrigou Pasinato a nova estirada de enorme valia.

Aos 55 minutos, um corte da defesa do Moreirense FC para zona proibida deu a oportunidade ao médio português para encher o pé à entrada da área, mas o remate saiu enrolado e à figura. No minuto seguinte, Mbemba, na sequência de um canto batido ao segundo poste, segurou a bola, ultrapassou um adversário e cruzou rasteiro para Marega, que viu o primeiro remate embater no guarda-redes da casa e a recarga a esbarrar no ferro.

A precisar de jogadores que trouxessem algo de diferente à partida, Sérgio Conceição lançou Toni Martinez para o lugar de Marega, enquanto Luis Díaz substituiu Sérgio Oliveira. Devido a problemas físicos, Corona e Mbemba também tiveram de abandonar as quatro linhas e foram rendidos por Francisco Conceição e Fábio Vieira, numa aposta de risco máximo por parte do técnico portista.

Ainda assim, as substituições tardavam em surtir efeitos práticos no ataque portista. Pelo contrário, a descompensação defensiva dava aso a que a formação da casa ameaçasse o segundo golo. Num mau passe de Pepe para Uribe, entretanto tornado central, André Luís surgiu isolado, ultrapassou Marchesín, mas viu o colombiano recuperar a posição para fazer um corte em cima da linha que manteve o resultado em aberto.

No últimos dez minutos, o FC Porto instalou-se finalmente nas proximidades da área do Moreirense FC. Fábio Vieira deu o primeiro aviso, com um remate à entrada da área a passar perto do poste, mas seria Medhi Taremi a fazer o empate, de grande penalidade, depois de uma falta clara de Rosic sobre Toni Martinez já dentro da área. 1-1 no marcador e estavam lançados os dados para uns últimos minutos de enorme emoção.

O FC Porto manteve o domínio da posse, mas as ocasiões não surgiam. Até que, já três minutos para lá dos 90, Otávio rodou sobre o adversário que o marcava, cruzou picado para a área, onde Toni Martinez cabeceou sem hipóteses para Pasinato. Festa instalada entre os “dragões” e festa anulada pelo videoárbitro. Dez centímetros separaram os “azuis e brancos” da vitória. 1-1 foi o resultado final.

Com este resultado, o FC Porto vê a distância para o líder a aumentar novamente, estando agora a seis pontos do Sporting CP e tem o rival Sport Lisboa e Benfica a apenas quatro de distância. Por sua vez, o Moreirense FC ascendeu ao sétimo lugar e está a dois pontos da zona europeia.

“Resultado ajustado”

No final do encontro, Vasco Seabra disse que o resultado acabou por ser ajustado e referiu que os jogadores foram “fantásticos na entrega, dedicação e gestão do momento”. “Trabalhámos como campeões frente a um adversário fortíssimo”, afirmou. Ainda assim, reconheceu que o FC Porto entrou muito forte e tomou conta da partida, obrigando a sua formação a defender baixo. Contudo, considera que não concederem grandes oportunidades e com mais critério no primeiro passe, a equipa podia ter conseguido mais transições.

Sobre a segunda parte, lamentou as várias oportunidades claras para fazer o 2-0 que não foram aproveitadas. Ao não matar o resultado, o FC Porto acabou por carregar no fim e chegou ao empate. O técnico referiu ainda que tentou refrescar a formação, para manter a pressão e tentar sair em transições, mas que não foi suficiente para suster o poderio dos “azuis e brancos”. “Fomos bravos e intensos”, atirou.

Nem Sérgio Conceição, nem qualquer membro ligado à equipa técnica ou estrutura dos “dragões” falou aos jornalistas após a partida.

O FC Porto volta a entrar em campo na sexta-feira, com uma receção a um Famalicão FC em crescendo nas últimas jornadas. No mesmo dia, o Moreirense FC desloca-se até ao Estádio D. Afonso Henriques para defrontar o Vitória SC. Faltam cinco jornadas para fechar o campeonato.

Artigo editado por Filipa Silva