«É hora de Avançar, a Propina tem que Acabar!» é o lema do protesto que vai decorrer esta quarta-feira (28), a partir das 15h00, e que junta várias associações de estudantes em diversos pontos do país, como Caldas da Rainha, Leiria, Porto, Lisboa e Abrantes. O objetivo é lutar por um ensino “mais justo” de forma a diminuir o abandono escolar.
A pandemia da Covid-19 veio agudizar algumas fragilidades sentidas pelos estudantes do Ensino Superior.
Constança Viegas, membro da Associação de Estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (AEFBAUP) – umas das associações na base da organização da manifestação – explica, em declarações ao JPN, que “os problemas que os alunos vivem são o reflexo de uma situação de subfinanciamento [do setor], por parte do Estado“.
Os estudantes pretendem lutar pela “abolição da propina, mas também pelo fim de taxas e outros pagamentos”. Para além disso, os alunos têm como propósito reivindicar “um maior financiamento nas bolsas de estudo e de investigação“.
Constança Viegas explica ainda que, no caso específico dos cursos da Faculdade de Belas Artes, para além do pagamento das propinas acrescem outros valores relativos à compra de materiais. De acordo com a estudante, as despesas de material não são “reconhecidas como educação, mas sim como despesas de lazer”.
A propósito, também no início do mês de abril, os estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto criaram um abaixo-assinado no qual requerem o alargamento dos horários de funcionamento de vários espaços e a maior acessibilidade a serviços e equipamentos técnicos.
O protesto desta quarta-feira junta-se a outros que os estudantes têm levado a cabo para reclamar um Ensino Superior acessível a todos. Protestos que vão desde aquele que em outubro levou os alunos de mestrado da Faculdade de Ciências a manifestarem-se frente à Reitoria da Universidade do Porto para travarem o aumento das propinas nos mestrados, ao que em dezembro juntou também estudantes de várias instituições tendo também o tópico das propinas ao centro.
Mais recentemente, em abril, foi o Presidente da República a receber o movimento associativo nacional, do qual ouviu muitos pedidos e sugestões.
Apesar das várias ações, “a tutela tem negligenciado aquilo que são as necessidades dos estudantes” o que fez com que “os problemas se tenham vindo a arrastar”, afirma Constança Viegas. Perante este cenário, os estudantes do Ensino Superior vão manifestar-se, esta quarta-feira, em vários pontos do país.
Na cidade do Porto o protesto decorrerá na Praça de Gomes Teixeira, em frente à Reitoria, onde a organização espera que estejam presentes estudantes da Faculdade de Arquitetura (FAUP), Faculdade de Belas Artes (FBAUP), Faculdade de Ciências (FCUP), Faculdade de Desporto (FDUP), Faculdade de Engenharia (FEUP), Faculdade de Letras (FLUP), Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP), Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), Escola Superior de Educação (ESE), Universidade Lusófona e Universidade Católica.
Artigo editado por Filipa Silva