Vários estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) exigem melhores condições na faculdade para desenvolverem os seus trabalhos curriculares. Para tal, criaram uma petição na qual enumeram as situações que pretendem ver solucionadas.

De acordo com a informação que consta no documento, os estudantes pretendem ver os ateliês de pintura e escultura e os laboratórios de multimédia em funcionamento até às 23h00, sendo para isso necessária a contratação de mais funcionários.

Ao nível dos serviços, os estudantes reivindicam a abertura da cantina à hora do jantar e a disponibilização de salas de estudo e de trabalho. Por fim, os alunos pedem que sejam facultadas máquinas que permitam a impressão em grandes formatos a preços acessíveis.

“Este é um documento reivindicativo que exige soluções para problemas sentidos pela nossa comunidade estudantil“, refere Leonor Barbosa, representante da Associação de Estudantes da FBAUP, em entrevista ao JPN. Segundo a estudante, a petição “será entregue à direção da FBAUP e à Reitoria da Universidade do Porto“, pois, como mostra Leonor, os estudantes perceberam que “as soluções não passavam apenas pela direção da faculdade, uma vez que as carências sentidas derivam do desinvestimento no ensino público, particularmente quando se trata do ensino artístico”. 

Contactada pelo JPN, Lúcia Almeida Matos, atual diretora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, revela que, fruto das reuniões regulares que tem mantido com a AEFBAUP, algumas das reivindicações que constam da petição já lhe tinham “chegado”. A diretora acredita, contudo, que “perante a atual situação” pandémica, algumas das exigências “não se justificam”.

Em concreto, menciona o acesso aos pavilhões e o alargamento do horário de funcionamento da cantina: “Tudo aquilo que tem que ver com espaços” cumpre um conjunto de regras sanitárias que não permite “abrir livremente a quem quiser”. A responsável pela FBAUP explica que é necessária “monitorização e controlo” para que seja possível permitir “algum nível de acesso a toda a gente”. 

A diretora da FBAUP foi ainda questionada sobre o uso dos espaços dos ateliês de pintura e escultura. Sobre isto revelou que as obras de requalificação que decorrem no pavilhão de pintura e escultura, que obrigaram “à deslocação dos estudantes”, vai estar resolvida dentro de “dois meses” e a “funcionalidade será retomada como anteriormente”. 

Lúcia Almeida Matos reconhece que este espaço “faz falta” aos estudantes, mas segundo a responsável pela faculdade “enquanto as obras estiverem a decorrer” há a necessidade de a comunidade ser transferida para outras instalações, mas vê a situação como temporária e garante que “vai terminar antes do final das aulas”. 

A petição que os estudantes de Belas Artes lançaram online conta com mais de 250 assinaturas – a recolha foi, entretanto, terminada -, e tem o apoio da Associação de Estudantes da FBAUP. Leonor Barbosa, enquanto representante desta Associação de Estudantes, esclarece que “o abaixo-assinado em causa é uma prioridade” no plano de ação dos estudantes, que “reconhecem o esforço e o trabalho necessário para alcançar as muitas melhorias” que exigem e que acreditam “serem benéficas para todos os estudantes”. 

Artigo editado por Filipa Silva