Terminou, este domingo (20), o Campeonato do Mundo de Atletismo em pista coberta que se realizou em Belgrado, na Sérvia, e contou com a presença de 12 atletas portugueses. Auriol Dongmo e Pedro Pichardo foram os grandes destaques da comitiva lusa.

A atleta do Sporting CP venceu a prova de lançamento do peso com um lançamento a 20.43 metros, estabelecendo a melhor marca mundial do ano e um novo recorde nacional absoluto. Com esta marca, Dongmo detém agora a 30.ª melhor marca da história em pista coberta, a quarta melhor deste século.

Chase Ealey, com um lançamento a 20,21 metros (recorde norte-americano de pista coberta) e Jessica Schilder, com 19,48 metros, fecharam o pódio. A outra portuguesa em prova, Jessica Inchude, foi 12.ª classificada com 17,58 metros.

Nos dois primeiros lançamentos, Dongmo lançou a 19,32 metros. Seguiram-se dois nulos da portuguesa. No quinto ensaio, Dongmo estabeleceu a marca que a levou a vencer a competição – 20,43 metros. A atleta terminou a prova com mais um nulo. A atleta do Sporting CP conquistou a quinta vitória de Portugal em Mundiais de Pista Coberta.

O outro português em destaque, Pedro Pichardo, sagrou-se vice-campeão mundial do triplo salto. O atleta luso estabeleceu o novo recorde nacional (17,42), que reforçou no segundo salto (17,46). O terceiro ensaio foi nulo e, na última tentativa, Pichardo saltou 14,94 metros. O português abdicou dos restantes saltos por lesão e foi assim superado pelo cubano Lázaro Martínez, que venceu o ouro, com 17,64, a melhor marca do ano. Donald Scott fechou o pódio, com 17,21.

O outro português em prova, Tiago Luís Pereira, terminou na nona posição, com a marca de 16,46.

Fernando Tavares, Team Leader da comitiva lusa, afirmou, em declarações à imprensa, que o balanço da competição foi “muito positivo, com um conjunto de resultados que mostra que, na generalidade, os atletas [portugueses] estiveram muito bem”. Fernando Tavares mostrou-se orgulhoso da comitiva e reforçou o “grande nível” dos atletas, referindo que estes “mostraram que temos boas perspetivas para o Mundial ao ar livre em Oregon e para os Europeus em Munique”, concluiu.

Na tabela de medalhas, Portugal terminou no sexto lugar, que dividiu com Bahamas, Brasil, Espanha, França e Ucrânia.

A prestação da comitiva portuguesa na prova:

  • Patrícia Mamona terminou na sexta posição a final do triplo salto, ao saltar 14,42 metros.
  • Lorene Bazolo terminou em 20.º nas meias-finais dos 60 metros, falhando o acesso à final. Depois de ter sido repescada por tempo e ter chegado às 24 semifinalistas, Bazolo repetiu os 7,24 segundos das eliminatórias e terminou a sua série na oitava posição.
  • Também nos 60 metros, Rosalina Santos, que foi sétima na segunda eliminatória com 7.37 segundos, foi 34.ª na geral.
  • Cátia Azevedo foi 18.ª nas eliminatórias dos 400 metros e falhou o apuramento para as semifinais em Belgrado. A portuguesa terminou a prova em 53,01 segundos, acabando a sua série na quinta posição.
  • Jéssica Inchude terminou a final da prova de lançamento do peso na 12ª posição, com uma melhor marca de 17,58 metros.
  • Carlos Nascimento terminou em 15.º na prova dos 60 metros, com o tempo de 6,65 segundos nas semifinais. O português foi quinto na terceira série das semifinais.
  • Isaac Nader terminou no 10.º lugar a final dos 1.500 metros, com o tempo de 3.39,97 minutos.
  • Abdel Larrinaga terminou em 22.º nos 60 metros barreiras, ao concluir a sua série nas semifinais em 7,70 segundos.
  • Tiago Pereira obteve a nona colocação na final do triplo salto com 16,46m. O português ficou a dois centímetros de se qualificar para os últimos saltos da final.
  • Francisco Belo terminou na 15.ª posição a final do lançamento do peso. O português registou a sua melhor marca na primeira tentativa, com 19,87 metros.

Os destaques entre os atletas internacionais

O Campeonato do Mundo de Atletismo em pista coberta foi também marcado pelo destaque de alguns atletas internacionais.

O sueco Armand Duplantis melhorou em um centímetro o recorde do mundo do salto com vara, que já era seu, depois de saltar 6,20 metros e sagrar-se campeão mundial. O recorde anterior, de 6,19 metros, tinha sido atingido há duas semanas, no mesmo recinto. Para a conquista do ouro, o sueco superou o brasileiro Thiago Braz, com 5,95 metros, e o norte-american Chris Nilsen, com 5,90.

Yulimar Rojas melhorou em sete centímetros o recorde do mundo do triplo salto, que já era da venezuelana, depois da marca de 15,74 metros na prova em Belgrado, onde se sagrou tricampeã. O recorde anterior (15,67) tinha sido alcançado em 2021, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em que Patrícia Mamona se sagrou vice-campeã – prova onde a venezuelana superou a marca da ucraniana Inessa Kravets (15,50), conquistada em 1995.

Outro dos destaques da prova foi a Ucrânia, país que, apesar da situação de guerra atual, obteve uma medalha de ouro e uma de prata, com cinco lugares no top-8.

O Campeonato do Mundo de atletismo em pista coberta terminou com o domínio dos Estados Unidos (177 pontos), que conquistaram 19 medalhas, contra as nove da Etiópia (76 pontos), o único país a chegar às quatro medalhas de ouro. Portugal, que estabeleceu a sua melhor prestação dos últimos 20 anos, ficou em sexto no quadro de medalhas e em 18.º no quadro de pontos, com 18 (marca apenas superada em 2001, em Lisboa).

Artigo editado por Tiago Serra Cunha