A propósito dos 200 anos da independência do Brasil, que se celebram esta quarta-feira, a sala portuense inaugura um programa cultural que inclui três espetáculos, sessões de cinema, uma residência artística e uma exposição. A história que vai inspirar o Circo de Natal do Coliseu deste ano também já é conhecida.
Haverá MPB, mas não na aceção comum da sigla (embora a Música Popular Brasileira não deixe de estar latente em muito do que se vai mostrar). O Coliseu do Porto inaugura esta quarta-feira, 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, o MPB-Movimento Porto Brasil. Um programa cultural desenhado para celebrar a cultura brasileira, numa cidade onde esta comunidade tem crescido a olhos vistos.
A primeira iniciativa do ciclo está marcada para as 19h00 desta quarta-feira com a inauguração da exposição “Contracapa”. Uma mostra que reúne 20 ilustrações de Júlio Dolbeth, nas quais o autor faz a sua interpretação de capas icónicas de discos históricos da música brasileira, de artistas comos Caetano Veloso, Elis Regina, Elza Soares, João Gilberto, Maria Bethânia, Os Mutantes e Chico Buarque.
A exposição, que esteve no Auditório de Espinho de abril a junho – resultou de uma colaboração entre o programador André Gomes e o ilustrador de origem angolana, que vive e trabalho no Porto, onde ajudou a fundar a Dama Aflita, associação e galeria dedicadas à ilustração e desenho – pode agora ser vista gratuitamente no Coliseu, até 15 de novembro, em dias de espetáculo.
Ainda em setembro, no dia 21, arranca uma Mostra de Cinema Documental Brasileiro, numa parceria do Coliseu com o festival Porto/Post/Doc. “My name is now, Elza Soares”, de Elizabete Martins Campos, abre o ciclo cujas sessões decorrem quinzenalmente. “Os Doces Bárbaros” (4 de outubro), “Manguebit” (21 de outubro), “Fevereiros” (2 de novembro) e “Chico: Artista brasileiro” (15 de novembro) completam a mostra.
Do programa MPB fazem também parte três espetáculos. “Ledores no Breu”, da Companhia do Tijolo, que se debruça sobre o legado pedagógico do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, sobe ao palco a 14 de outubro. No dia 20 desse mês, é a vez de “Gota d’Água {Preta}”, uma peça de teatro musical dirigida e protagonizada por Jé Oliveira, a partir da obra escrita por Chico Buarque e pelo poeta Paulo Pontes, em 1975. A fechar, a 29 de outubro, o músico e compositor Leo Bianchini, um paulista atualmente a residir em Portugal, apresenta “Ouviram do Abaporu”, “uma história audiovisual da cultura do Brasil sob o signo da independência partindo do seu cancioneiro popular”, de acordo com a descrição do Coliseu.
Já a partir de 22 de setembro e até 22 de novembro – data de encerramento do programa MPB -, o Coliseu acolhe a primeira Residência Artística Lounge Ageas, espaço que o Coliseu quer dedicar às artes visuais. Nascido em Brasília, Gustavo Silvamaral é o primeiro “ocupante” da sala e vai desenvolver o seu trabalho ao longo de dois meses.
50 espetáculos até dezembro
Nem só dos 200 anos da independência brasileira se faz a programação outono/inverno do Coliseu do Porto. Até ao final do ano, a sala de espetáculos tem meia centena de eventos no cardápio, a que se juntam mais de 40 sessões de circo.
A estreia absoluta da sua nova produção operática – “Tosca”, de Giacomo Puccini – a 23 de setembro, sob a batuta do maestro José Ferreira Lobo, bem como o tradicional Circo de Natal (8 de dezembro a 8 de janeiro), este ano inspirado no conto inacabado de Luigi Pirandello, “Os Gigantes da Montanha”, são outros dos grandes destaques da programação, que incluirá ainda humor, bailado, teatro e muitos concertos.