A cidade do Porto vai ganhar uma nova ponte, integrada no projeto da Linha Rubi, para fazer a conexão com Vila Nova de Gaia – e já tem nome. “Ferreirinha” foi a opção escolhida na sequência do concurso público lançado pelo “Jornal de Notícias”, em parceria com o Ministério do Ambiente e da Ação Climática e os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia.

O resultado foi apresentado na conferência “135 anos a criar pontes”, organizada para o aniversário do “Jornal de Notícias”.  O nome da estrutura, exclusiva para metro, mas com acesso pedonal e ciclável, foi escolhido através de voto popular, online, sendo posteriormente validado por uma Comissão de Decisão (composta por Ricardo Fonseca, ex-presidente da Metro, Fernando Sousa, coordenador do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, e Fernanda Ribeiro, ex-diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto).

A Ponte da Ferreirinha surge assim como uma homenagem a Dona Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), referência na cidade Invicta e no mundo empresarial do século XIX. Associada ao ramo vinícola, mais concretamente à produção de Vinho do Porto, tornou-se um símbolo do empreendedorismo português. Sob a alcunha de “Ferreirinha”, marcou a história por ter se imposto numa área predominantemente masculina, trazendo para Portugal diversas inovações a nível de cultivo e rentabilização – e é igualmente conhecida pela generosidade para com os mais necessitados.

Além da vencedora, enumeravam-se mais cinco opções: Ponte da Boa Viagem, Ponte Douro, Ponte da Boa Passagem, Ponte da União e Ponte Engenheiro Joaquim Sarmento. Esta seleção foi feita por uma comissão que incluiu os historiadores Amândio Barros e Hélder Pacheco, o jornalista e investigador Germano Silva, o engenheiro civil Humberto Varum e o músico Rui Veloso.

A travessia, com uma cota de 70 metros acima do rio Douro e um comprimento total de 835 metros, será construída entre o Campo Alegre, junto à zona universitária, e a Arrábida, perto do centro comercial, representando um modelo de sustentabilidade e mobilidade. A nova linha de metro vai ligar a Casa da Música a Santo Ovídio e conta com um total de oito paragens.

Estima-se que a obra arranque em novembro deste ano, com conclusão projetada para 2026.  O orçamento ronda 435 milhões de euros, sendo que 299 milhões são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). 

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira