Apesar da vitória por duas bolas a zero dos azuis e brancos, o triunfo soube a pouco num jogo com poucas oportunidades. Evanilson marcou o primeiro golo da partida de penálti e Pepe confirmou a vitória com um golo ao cair do pano, com o Antuérpia reduzido a dez jogadores.

Dragões têm os mesmos pontos que o Barcelona no Grupo H da Liga dos Campeões. Foto: FC Porto/Facebook

Os dragões voltaram a enfrentar o Antuérpia esta terça-feira à noite, em jogo a contar para a quarta jornada da Liga dos Campeões, garantindo a segunda vitória contra a equipa belga (2-0). O primeiro resultado foi mais alargado (1-4), mas no Estádio do Dragão o jogo foi mais equilibrado. Contudo, nenhuma das equipas entrou em campo com fome de vencer. 

O Futebol Clube do Porto regressou às vitórias com um golo de Evanilson aos 32 minutos, depois de uma falta de Gyrano Kerk sobre Eustáquio na grande área. No início da segunda parte, Jurgen Ekkelenkamp, da equipa adversária, foi expulso com vermelho direto, depois de uma falta perigosa sobre Zaidu. Apesar disso, o rumo do jogo não mudou e os azuis e brancos não conseguiram aproveitar bem as oportunidades.

Foi depois dos 90 minutos que o Porto alargou o marcador com um cabeceamento certeiro de Pepe. Assim, o camisola três dos azuis e brancos tornou-se no primeiro jogador com mais de 40 anos a marcar na Champions

Com este resultado, o Futebol Clube do Porto partilha a liderança do Grupo H com os mesmos pontos que o Barcelona, mas com mais um golo sofrido do que a equipa espanhola, ocupando assim a segunda posição.

Uma primeira parte muito equilibrada e com pouco ritmo

Ambas as equipas entraram no jogo a fechar bem os espaços e a não deixarem o adversário finalizar com qualidade. Os dragões começaram bem, mas a primeira grande oportunidade da partida foi dos belgas, logo aos oito minutos. A jogada saiu de um passe em profundidade e acabou num remate mal colocado, tendo saído ao lado da baliza de Diogo Costa, que controlou a bola com tranquilidade.

Taremi, no minuto 15 da partida, teve uma grande oportunidade de inaugurar o marcador. Depois de uma má reposição de Senne Lemmens, guarda-redes do Antuérpia, o camisola nove dos azuis e brancos ficou em posição privilegiada para rematar, sem qualquer marcação, mas a bola saiu sem força e muito ao lado da baliza belga.

O jogo continuou morno até ao minuto 30. Depois de uma defesa enorme de Lemmens perante um remate igualmente forte de Pepê, a bola ressaltou para Eustáquio que sofreu falta dentro da grande área. O árbitro apontou para a marca dos 11 metros e, depois de alguma confusão sobre quem iria marcar o penálti, quem acabou por cobrar foi Evanilson, que não falhou.

Aos 43 minutos, surgiu uma nova oportunidade para o Futebol Clube do Porto. Num passe de André Franco, Taremi fugiu à marcação e quase fez o dois a zero. A bola não passou longe da malha lateral da equipa belga.

O grande problema da primeira parte foi a falta de finalização. As duas formações conseguiram chegar com qualidade ao último terço do campo, mas não souberam concretizar o último passe, com as defesas a fecharem bem as linhas de passe. Isto resultou em perdas de bola constantes, que cortaram o ritmo do jogo, ficando muito dividido e sem oportunidades dignas de nota.

O mesmo ritmo e mais um golo no marcador

Tocou o apito e começou a segunda parte, num ritmo semelhante aos 45 minutos anteriores. Num jogo onde a bola esteve bem distribuída dos dois lados do campo, tanto o Porto como o Antuérpia falharam em conseguir aproveitar as oportunidades criadas durante o jogo.

Aos 52 minutos, o árbitro avançou com um cartão vermelho direto para o jogador belga Jurgen Ekkelenkamp, cancelando o cartão amarelo que tinha dado previamente, depois deste derrubar Zaidu, camisola 12 do Futebol Clube do Porto. Com uma equipa adversária reduzida a dez elementos, os dragões continuaram a tentar rematar, falhando o último passe. O problema da falta de finalização manteve-se durante a maior parte da partida.  

O Antuérpia tentou aproveitar as falhas dos azuis e brancos para o empate e, aos 85 minutos, Francisco Conceição, que entrou na segunda parte, viu um cartão amarelo, depois de cometer falta sobre o adversário. Apesar destas condições, a equipa belga mostrou-se resguardada, apostando numa defesa melhor construída, em vez de uma frente mais arriscada, na busca pelo golo. 

A maré de momentos favoráveis ao golo desperdiçado continuou e o ambiente no estádio ressentiu-se, com os adeptos a manifestarem frustração. Mas aos 89 minutos, o passe teleguiado de Sanchez chega a Pepê, que não controla bem a bola, saindo esta por cima da trave. Na resposta, um contra ataque do Antuérpia, que aproveitou para um remate, acabando por falhar. 

Após serem anunciados seis minutos de compensação, foi logo mal esta começou que Pepe marcou o segundo golo da noite para os dragões, assegurando a vantagem no marcador. O golo surgiu de um canto curto do camisola 10, Francisco Conceição, que depois cruzou para Pepe, que se estreou como primeiro jogador com mais de 40 anos a marcar na Champions

Sérgio Conceição: “estamos perante um público exigente” 

O treinador do Futebol Clube do Porto, Sérgio Conceição, iniciou a conferência de imprensa deixando bem claro que a vitória dos azuis e brancos foi merecida. Ainda que tenha enaltecido a performance da sua equipa em muitos momentos do jogo, o técnico admitiu que poderia ter sido um jogo mais tranquilo para a sua equipa: “estamos na melhor prova de clubes do mundo e todo o erro, todo o pormenor é importante”.

As bancadas do Dragão foram exigentes e receberam a equipa com alegria, mas sabendo quando mostrar descontentamento. Apesar dos assobios ouvidos no Estádio do Dragão, Conceição afirmou que “estamos perante um público exigente” e isso é apenas uma motivação para “transformar esses assobios em aplausos”. Deixou ainda a promessa de melhoria dos dragões. 

A questão da finalização surgiu tanto no jogo como na conferência, mas para o treinador dos azuis e brancos não deve ser feito disso um problema, sendo apenas uma questão de treino e de melhorar. Deixou bem assente que negativo seriam a falta de criação de oportunidades e não a finalização das mesmas. 

Por último, Sérgio Conceição finalizou com um comentário de orgulho em relação a Pepe, que fez história na competição. Afirmou ser o jogador mais competitivo com quem trabalhou: “é um orgulho e um prazer trabalhar com um jogador como o Pepe”.

Mark van Bommel: “tentamos e por pouco não recebemos o que merecíamos”

Na conferência de imprensa, o treinador do Antuérpia começou por lamentar o desfecho do jogo. Com a equipa reduzida a dez jogadores durante quase toda a segunda parte ficou condicionada à forma de jogar dos dragões. Para o treinador, jogar com menos um não foi fácil, mas continuaram a tentar, ainda que sem sucesso.

“Tivemos uma oportunidade muito bonita, mas depois sofremos um golo no minuto a seguir”, afirmou o ex-futebolista. Para van Bommel, acabou por ser ingrata a forma como o jogo terminou. As tentativas falhadas levaram ao segundo golo do Porto, mas o treinador acabou por confessar que “são experiências que têm a ver com o crescimento dos jogadores.”

O clube de Antuérpia tem uma equipa jovem e isso não passou ao lado na conferência. O treinador afirmou que estão a dar “passos largos” apesar da equipa jovem, acabando por ser uma “confirmação do desenvolvimento” da equipa. van Bommel, contudo, acrescentou que “para jogar em equipa isso leva tempo”. O treinador confirmou que a sua equipa está sempre a ver formas de crescer e inovar.

Quanto a próximos compromissos, o Futebol Clube do Porto vai deslocar-se a Guimarães para a 11.ª jornada da Primeira Liga. O jogo no Dom Afonso Henriques está marcado para sábado. Os dragões voltam a jogar para a Liga dos Campeões no dia 28 de novembro, contra o Barcelona, num jogo que pode já decidir a passagem dos azuis e brancos para os oitavos de final da competição.

Editado por Filipa Silva