O encontro conta com a participação de antigos jornalistas do diário portuense e presidentes de alguns municípios da Área Metropolitana do Porto. Evento acontece a dois dias de terminar o processo de rescisões que está a decorrer no Global Media Group (GMG).
O Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto (CCD) recebe esta segunda-feira um encontro-debate sobre a situação do “Jornal de Notícias” (JN). O evento, que tem início marcado para as 21h00, visa discutir possíveis soluções para os problemas que o “JN” tem enfrentado no último mês.
O encontro, organizado pelo Grupo dos 24 do CCD, contará com a participação do historiador, atual colunista e antigo jornalista do “JN” Germano Silva, do antigo diretor do diário Manuel Tavares, da antiga jornalista Cristina Azevedo e do presidente do CCD, Gouveia Santos. O comunicado enviado à comunicação social revela que estarão também presentes os presidentes das câmaras do Porto (Rui Moreira), de Vila Nova de Gaia (Eduardo Vítor Rodrigues), de Santa Maria da Feira (Emídio Sousa), da Trofa (Sérgio Humberto), de Matosinhos (Luísa Salgueiro) e de Gondomar (Marco Martins), bem como o músico Pedro Abrunhosa e o deputado europeu José Manuel Fernandes.
“O Jornal de Notícias é considerado pela organização [CCD] como um bem cultural que faz parte da tradição e identidade cultural do Porto e do Norte, que ajudou a criar, ao longo de 135 anos“, pode ler-se na nota de imprensa.
As redações do “Jornal de Notícias”, do “Diário de Notícias”, TSF e “O Jogo” agendaram uma greve para a próxima quarta-feira (10), dia em que termina o processo de rescisões que está a decorrer no Global Media Group (GMG), para protestar contra os salários de dezembro em atraso.
Em dezembro, o grupo, que tem um novo conselho de administração desde o verão, avançou que iria proceder a um processo de rescisões com o objetivo de eliminar entre 150 a 200 postos de trabalho, 40 dos quais no “JN”. Esta decisão potenciou a demissão em bloco das direções do diário portuense e d’ “O Jogo”.
Na sexta-feira, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) pediu à Procuradoria-Geral da República que intervenha no caso do GMG, alegando a existência de “indícios de matéria com relevância penal que merecem ser investigados”.
A situação vivida no Global Media Group está também em análise no Parlamento, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que realizou já várias audições, por exemplo, dos diretores demissionários dos títulos do grupo. O presidente da Comissão Executiva (CE) do GMG, José Paulo Fafe, que até há uns dias recusou o convite-convocatória para participar numa audição, disse estar disponível para ser ouvido no Parlamento para contestar algumas informações dadas nas anteriores audições, como avançou a agência Lusa.
Editado por Filipa Silva