Cinco dias depois das eleições regionais açorianas, o Partido Socialista anunciou que não vai viabilizar um governo liderado pela coligação vencedora.

Vasco Cordeiro foi presidente do Governo Regional de 2012 a 2020. Foto: PS-Açores/Facebook

Numa decisão já esperada, o PS/Açores anunciou, esta sexta-feira (9), o voto contra o programa de Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPMA decisão foi anunciada por Vasco Cordeiro, líder do PS açoriano, que esteve reunido com o Secretariado e Comissão Regional na quinta-feira (8) em Ponta Delgada, onde foi votado, por unanimidade, o chumbo do programa da AD.

A coligação da Aliança Democrática venceu as eleições de 4 de fevereiro, no domingo (4), ao eleger 26 deputados para o parlamento açoriano, ficando apenas a três da maioria absoluta. Com a decisão dos socialistas, a viabilização do Governo liderado por José Manuel Bolieiro fica dependente da abstenção ou voto favorável do Chega, que elegeu cinco deputados.

Em conferência de imprensa esta sexta-feira de manhã em Ponta Delgada, Vasco Cordeiro, afirmou que “há a necessidade de tornar clara a posição política que o PS/Açores assume face ao Programa do XIV Governo Regional”, garantindo que “há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer da situação resultante das eleições de 4 de fevereiro”, rematou o socialista.

Ainda sobre a inviabilização do Governo que venceu as eleições, o socialista rematou que o PSD e o Chega estão a pensar no futuro dos Açores “não em função do interesse dos açorianos, mas em função do que interessa aos diretórios nacionais desses partidos”. Vasco Cordeiro argumenta que um governo liderado pelo PSD criaria para o PS “a obrigação política de viabilizar igualmente os orçamentos anuais e os planos de investimento”, condicionando “sobremaneira a liberdade” dos socialistas.

Pela primeira vez em 32 anos, o PSD venceu umas eleições nos Açores, deixando o PS como segunda força política no arquipélago, com 23 mandatos. O Chega assume-se como a terceira força política, com cinco deputados, enquanto que o PAN, BE e IL elegeram um deputado cada para a assembleia regional. 

Editado por Filipa Silva