A medida foi aprovada, esta segunda-feira, por maioria, na reunião do Executivo da Câmara do Porto, apesar dos votos contra da CDU e do BE. Prevê-se que a cobrança comece a ser feita já durante o mês de fevereiro.

Os novos parcómetros já estão a funcionar no Porto

O estacionamento na zona industrial do Porto deverá começar a ser cobrado ainda este mês. Foto: Matilde Abreu

O estacionamento na zona industrial do Porto, onde foram instalados parcómetros em janeiro, deverá começar a ser cobrado já este mês. A medida foi aprovada, esta segunda-feira (12), por maioria em reunião do Executivo, apesar dos votos contra da CDU e do Bloco de Esquerda (BE).

Apesar de reconhecer que esta medida “não é simpática para quem usa a zona“, o vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto (CMP), Pedro Baganha, afirma que se trata de “uma medida que é necessária e que se insere no esforço de gestão do espaço público”. O vereador explica que a cobrança de estacionamento visa diminuir o número de automóveis em circulação na cidade e incentivar a utilização de transportes públicos.

Pedro Baganha adianta ainda que, tendo em conta que a zona apresenta características similares à do pólo universitário da Asprela, vai ser disponibilizado um título de estacionamento de 2,40 euros que permite o estacionamento por um período de dez horas. O vereador garante também que o título vai estar disponível para toda a gente.

Apesar de não haver uma data concreta para o arranque desta medida, está previsto que a cobrança comece a ser feita já durante o mês de fevereiro.

Em declarações aos jornalistas, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, afirma que o partido se opôs à medida e apresentou uma proposta – que foi chumbada -, na qual exigia a “imediata suspensão da colocação de parquímetros na zona industrial do Porto”. A vereadora disse estar preocupada com os custos que os trabalhadores da zona vão ter, uma vez que “são os principais afetados”. “Os 2,40 euros por dia dá cerca de 50 euros por mês para salários de trabalhadores que são baixos. Não é pequena conta”, sublinhou.

Ilda Figueiredo revela também que a CDU propôs a construção de vários parques de estacionamento nas zonas periféricas da cidade, “junto de transportes públicos”, para dissuadir a entrada de automóveis privados na cidade. “Mas isso não foi feito, designadamente, perto desta zona [industrial]”, explica. Segundo a vereadora, a CDU aceita a colocação de parcómetros em zonas comerciais, onde é necessário garantir a rotatividade de clientes, algo que não se aplica na zona industrial.

O Bloco de Esquerda, que votou a favor da proposta da CDU, disse não estar de acordo com o pagamento do estacionamento numa zona onde “os passeios não têm condições de utilização, não existe ciclovia, não existe todo um conjunto de matérias que poderiam fazer, de facto, com que aquilo [zona industrial] fosse um espaço público de utilização“. Maria Manuel Rola considera que se está “a colocar o carro à frente dos bois”, uma vez que existem maiores necessidades ao nível do transporte público no Porto.

Já o Partido Socialista (PS) disse não estar de acordo com a proposta da CDU. O PS considera, explicou o vereador Tiago Barbosa Ribeiro, que o estacionamento de um automóvel privado num espaço público deve ser cobrado para combater a “utilização massiva do automóvel, ao nível de ruído, ao nível de ocupação do espaço público, ao nível de poluição” e incentivar a utilização de “bons transportes públicos”. “Nós temos que perceber que as nossas cidades têm que mudar e que isso tem um custo”, afirmou Tiago Barbosa Ribeiro, acrescentando que o Partido Socialista não vai recuar na sua posição.

Editado por Inês Pinto Pereira