À segunda foi de vez. Depois de no ano passado ter sido eliminado nas meias-finais pelo FC Porto na lotaria das grandes penalidades, o Sporting garantiu, esta quarta-feira, a sua 21.ª presença na final da Taça de Portugal ao vencer o Beira Mar por 2-1, no Estádio José de Alvalade.

Os “leões” esperam agora pela segunda meia-final da prova, a disputar entre o Belenenses e o Sporting de Braga, para conhecerem o adversário que vão defrontar no jogo que encerra a temporada 2006/2007, marcado para 27 de Maio no Estádio Nacional.

Dois golos de João Moutinho no espaço de três minutos, logo nos primeiros 10 da primeira parte, confirmaram o estatuto de favorito que, à partida, pertencia ao Sporting. À imagem dos últimos jogos, os comandos de Paulo Bento voltaram a entrar na partida a todo o gás, sem deixarem o adversário respirar. Desta vez, à inspiração e à força leonina juntou-se também a estrelinha da sorte que iluminou o primeiro golo de Moutinho: ao tentar cruzar para Liedson, o médio acaba por introduzir a bola na baliza do guardião Eduardo, que não fica isento de culpas.

Sem reacção e com dificuldades em suster a pressão alta do adversário, o Beira Mar não teve tempo para reagir à vantagem madrugadora dos anfitriões, já que dois minutos depois João Moutinho, ao responder da melhor forma a um cruzamento de Djaló, marcou de cabeça o seu segundo golo, estreando-se a bisar com a camisola verde e branca.

A ganhar por 2-0, o Sporting abrandou o ritmo do jogo, permitindo aos aveirenses terem mais posse de bola e adiantarem-se no terreno, o que não se traduziu, porém, em maior perigo junto da baliza de Ricardo. O ataque aveirense organizava-se mal, os passes nem sempre tinham a melhor direcção e faltava mais presença na área, porque Roma está longe de ser um ponta-de-lança.

Golo aveirense sem consequências

A segunda parte começou praticamente com o golo aveirense, num lançamento de linha lateral na esquerda do ataque a isolar Diarra que, na cara de Ricardo, reduz para 2-1. O tento dos visitantes intranquilizou por momentos os “leões”, que passaram a apostar na velocidade de Liedson e Djaló para aumentar rapidamente a vantagem. A verdade é que a dupla de avançados leonina esteve em noite desinspirada, sobretudo o brasileiro que, em duas ocasiões, não conseguiu desfeitiar Eduardo.

O Beira Mar, por seu turno, continuava com maior posse de bola, chegava mais perto da área leonina, mas faltava sempre objectividade ao seu jogo. As ocasiões de golo só aparecerem mesmo nos descontos da partida num remate de Edgar que obrigou Ricardo a defender para canto. Logo a seguir, Paulo Paraty apitava para o fim do jogo. Cinco anos depois, o Sporting volta ao Jamor.

Sexto lugar pode dar acesso à Europa

No encontro desta noite jogava-se muito mais do que uma passagem à final da Taça de Portugal. Isto porque, com a eliminação do Beira Mar, o clube que terminar em sexto lugar na Liga esta época tem fortes probabilidades de marcar presença na Taça UEFA na próxima temporada.

Com o Sporting muito perto de garantir um lugar na Liga dos Campeões e perante a possibilidade cada vez maior de o Sporting de Braga e o Belenenses, os outros dois semi-finalistas da Taça de Portugal, assegurarem um lugar nas competições europeias por via da classificação na liga, abre-se uma vaga que será ocupada pelo clube que se classificar na sexta posição.

A única situação em que o sexto lugar poderia não ter acesso à Europa dava-se se o Beira Mar chegasse à final do Jamor, uma vez que assim ocuparia automaticamente a sexta vaga para Portugal nas competições europeias.