Sentia-se no ar a ansiedade das pessoas que esperavam impacientes a abertura do festival. A meio da tarde de sábado, ouviu-se o som da chamada para o concerto dos Miosótis.
Os primeiros a pisar o palco do Gouveia Art Rock 2007 e a marcar a pisada dos portugueses no festival mostraram uma mistura de géneros musicais que vão da folk à pop, envolvendo a audiência em ritmos inesperados. Um estilo que a banda apelida de “música portuguesa progressiva”.
Gouveia foi espaço para os Miosótis lançarem o novo disco “Risco”. Para o grupo foi “muito importante e entusiasmante” tocar num festival de “referência a nível mundial”. Sem desejar ser estrelas, a banda consideraque o rock progressivo “está a renascer”, muito graças a iniciativas como a de Gouveia.
Da capital de Espanha, os Kotebel rumaram até Gouveia para mostrar ao público a grandeza da sua música. Entre a componente instrumental e a voz quase operática da soprano Carolina Prieto, a mistura de estilos torna os Kotebel “diferentes dos restantes grupos de rock progressivo”. No entanto, Carolina Prieto acredita que são estilos “diferentes, mas que combinam muito bem”.
Três guitarras acústicas foram suficientes para levantar o público da cadeira e aplaudir fortemente. Com música totalmente instrumental à mistura com o humor, os California Guitar Trio caracterizaram-se pela interactividade com a audiência, que chegou mesmo a cantar ao som das guitarras.
Nuno Lourenço confessa que foi dificil ficar sentado na cadeira durante o concerto. Os California Guitar Trio foram para Nuno a banda preferida da noite de sábado.
Hideyo Morya, membro da banda mostra estar “muito agradecido por estarem no evento”, porque vê o festival como um encontro de “família” onde grande parte dos músicos se conhecem.
Para encerrar o primeiro dia do Gouveia Art Rock, os Isildurs Bane, os Björn j:son lindh, os Metamorfosi Duo e os Tuner juntaram-se para explorar o conceito “Ib Expo”. Uma ideia original pela primeira vez fora da Suécia a que Gouveia teve o prazer de dar a conhecer aos amantes de rock progressivo. A audiência terminou a noite de sábado com aplausos e euforismo.
Amantes do rock progressivo são ainda um grupo restrito
Os espanhóis são presença habitual no festival. Em 2003, ano em que o Gouveia Art Rock nasceu, Frank estava presente. Desde então, visita Gouveia – todos os anos “são fantásticos”. Em Málaga, Frank tem uma loja de rock progressivo. Do seu ponto de vista, “há cada vez mais pessoas e grupos de maior nível no festival”, mas sublinha que “há mais jovens a aderirem”.
Com 53 anos, a acompanhar Frank pelo segundo ano, Felipe diz que o evento tem sido “magnífico”, mas sublinhaque o tipo de música não é difundido. Em Espanha, o género é pouco conhecido, acrescenta.