A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai projectar um Cubesat, um pequeno satélite que pode ser lançado pela Agência Espacial Europeia (ESA) caso seja seleccionado

A equipa da FEUP, ainda em formação, tem até dia 17 de Março para apresentar à ESA a proposta inicial do seu Cubesat. Trata-se de um pequenos satélite com medidas estandardizadas de 10x10x10 centímetros, com o peso máximo de 1 quilómetro, que é lançado para o espaço e comunica com a Terra.

O convite surgiu da própria ESA, no âmbito do projecto “Veja Maiden Flight CubeSat Workshop”. A acção decorreu no mês passado nas instalações da ESA’s Space Research and Technology Centre (ESTEC), na Holanda, e contou com a participação da FEUP. Os alunos puderam assim elucidar-se acerca das potencialidades da concepção de um projecto desta natureza e conhecer o que está a ser desenvolvido na Europa nesta área.

“Portugal é o único país que não tem representação na ESA a nível dos Cubesats e o facto da FEUP ser pioneira é importante a nível de publicidade e da imagem, da faculdade e do próprio país”, refere Mariana Sousa, a principal coordenadora do projecto. A aluna acrescenta que esta iniciativa será “fundamental para os alunos adquirirem novas capacidades e entrarem no mercado do espaço”, uma vez que estas experiências são sobretudo “vocacionadas para propósitos educativos”.

Processo de criação

Os Cubesats são normalmente lançados em foguetes que ainda tenham massa disponível para um lançamento secundário e são largados numa órbitra terrestre baixa (LEO), que permita testar hipóteses.

A função do Cubesat que a FEUP vai desenvolver ainda não está definida, mas Sérgio Reis Cunha, supervisor do projecto, garante que a equipa “quer inovar, apesar de se basear na experiência já existente no domínio”.

Dentro de um mês, a proposta inicial vai ser revista e criticada pela ESA. Depois de receber uma primeira orientação da agência, os alunos vão aperfeiçoar o projecto e apresentar dentro de um ou dois anos a proposta definitiva, que a ESA “poderá ou não aprovar”. Apesar de ser um objectivo ambicioso, Sérgio Reis Cunha assegura que a FEUP tem possibilidade de sucesso devido à sua “experiência em navegar neste tipo de projectos”.

100 mil euros

Mesmo sendo um satélite de pequenas dimensões, a criação de um Cubesat acarreta custos que rondam os 100 mil euros. A equipa vai “começar por pedir patrocínios a empresas e tentar conseguir financiamentos que permitam a elaboração do projecto”, refere Mariana Sousa.