O Benfica disse esta quarta-feira adeus às competições europeias, depois de nova derrota diante do Getafe, agora por 1-0. Os encarnados foram incapazes de virar o resultado negativo da primeira-mão e acabaram mesmo por rubricar uma exibição medíocre.

Já sem Camacho, mas com Chalana no banco de suplentes, o Benfica viajou até aos arredores de Madrid na esperança de trazer para Lisboa o bilhete para a próxima ronda da Taça Uefa. Mas cedo se percebeu que, apesar da mudança no comando técnico da equipa, os vícios e os erros do passado se mantinham.

A entrada do Benfica em jogo poderia até parecer dominadora. Mas era apenas ilusão de óptica. O Getafe ia cedendo o comando do jogo aos encarnados mas sem nunca deixar que a sua baliza corresse perigo. Na primeira vez em que isso aconteceu, Makukula, com a baliza escancarada, conseguiu o mais difícil. Acertar no poste.

Seria, durante muito tempo, a melhor ocasião de golo do Benfica. A jogar a um ritmo impróprio para consumo europeu, as águias iam facilitando cada vez mais as tarefas defensivas dos espanhóis. Tanto, que aos quinze minutos, os jogadores do Getafe perceberam que também podiam atacar e logo colocaram a baliza de Quim em sentido. Kepa aproveitou um desentendimento entre Nelson e Edcarlos e por pouco não colocava a equipa da casa em vantagem.

Sem fio de jogo, falta de criatividade e a passo de caracol, o Benfica via os minutos passarem sem dar grandes sinais de vitalidade. Pelo contrário. À meia hora de jogo eram os donos da casa que criavam perigo. Gavilan, aos 28 minutos, viu Quim negar-lhe o golo e aos 41 acertou apenas nas malhas laterias.

O intervalo chegava com um Benfica a léguas do seu passado. Outrora temido nas noites europeias, o Benfica de hoje não passa de uma equipa medíocre e sem talento.

Vira o disco, toca o mesmo

Se na primeira parte a ilusão de óptica mostrava um Benfica com mais posse de bola e a jogar no meio campo do Getafe, a segunda nem isso. O ritmo imposto pelo Benfica continuava o mesmo, e os espanhóis iam jogando à vontade. Não foi por isso de estranhar que a primeira ocasião de golo da segunda parte tenha pertencido ao Getafe, com Albin a incomodar novamente Quim.

A segunda oportunidade do Benfica no encontro surgiu aos 67 minutos. Makukula fez questão de voltar a aparecer no jogo e de cabeça serviu Rui Costa que, à entrada da área rematou forte para uma grande defesa de Abondanzieri. Não querendo tirar o suspense de um eventual milagre que colocaria os encarnados nos quartos de final, a verdade é que esta foi a última oportunidade digna desse nome criada pelo Benfica no encontro.

O resto, foi passeio espanhol. A jogar com o tempo e com o resultado, e perante um adversário tão inofensivo como o Benfica, o Getafe chegou com naturalidade ao golo. Aos 72 minutos, Albin bateu Katsouranis em velocidade e perante a saída de Quim não teve contemplações. Um chapéu perfeito e estava feito o 1-0. Apesar de o objectivo se manter o mesmo, ou seja, marcar dois golos, a verdade é que o Benfica não mostrava reacção.

A eliminatória estava definitivamente fechada e o Benfica voltava a deixar uma imagem triste e desoladora, não só do futebol português, mas sobretudo de si próprio.