Mulheres atraentes, carros de alta cilindrada e truques de sedução. Eis os ingredientes das revistas masculinas portuguesas. Após o lançamento da primeira edição da versão portuguesa da “Playboy”, o JPN foi descobrir quem compra e quem vende as principais revistas para homens.

Na Baixa do Porto, contam-se pelos dedos das mãos as tabacarias e livrarias que não expõem nas vitrines as últimas edições da “FHM”, “MaxMen” e da recente “Playboy” portuguesa.
“Os corpos esculturais das modelos saltam aos olhos de quase todos os homens, mas quem compra mais são os mais novos”, conta Rosa Perreira, da tabacaria “Quião”.

Mas não é só a beleza das manequins que faz Frederico Teles, 20 anos, comprar revistas masculinas. Para o jovem, “as mulheres não são a componente principal da FHM ou da MaxMen. Têm artigos relacionados com homens, dicas interessantes…”, refere o jovem.

Também Luís Barata, de 23 anos, folheia este tipo de revistas mas, assim como Frederico, defende que “nem só de mulheres” se fazem as mensais masculinas.”Gosto mais da FHM e da MaxMen do que da Playboy porque são mais subtis e não falam só de mulheres”, remata.

“Playboy” made in Portugal

Quem mostra (quase) só mulheres, e com êxito, é a primeira edição da “Playboy” portuguesa. Editada pela empresa nacional Frestacom Lisbon Media Publishing, a revista teve uma tiragem de 100 mil exemplares, sendo que a a média mensal deverá rondar os 80 mil.

“Playboy” para os PALOP

Depois do sucesso da primeira edição, a “Playboy” nacional está já a caminho de outros países de língua portuguesa. “Queremos distribuir para Cabo Verde, Angola, Brasil”, disse à Lusa o coordenador de operações da Frestacom, Jorge Martins.

Na papelaria “Roli”, no centro do Porto, as dez “Playboy” encomendadas entraram com a mesma pressa que sairam. “Chegaram e no primeiro dia foram logo todas. Eu próprio quase nem vi a revista, queria dar uma espreitadela…”, confessa José Carlos Mendes, proprietário do estabelecimento.

Também Joana Vasconcelos, 23 anos, quis dar “uma espreitadela” na mais famosa revista de erotismo. “Foi só por curiosidade, para perceber o que os homens procuram nas mulheres”, explica a estudante de Psicologia.

Apesar do sucesso das vendas da primeira edição da Playboy e da regular procura das demais revistas masculinas, a funcionária do quiosque “Quião” lembra que as revistas “já foram melhor negócio”.

“A internet tirou-nos muita venda. Vai-se à internet e está lá tudo escarrapachado.
O que vale são os mais velhos que não usam internet e ainda me compram os dvds pornograficos que tenho aí!”, remata Rosa Perreira.