Os Silence 4 nasceram em 1996, em Leiria. David Fonseca, Sofia Lisboa, Rui Costa e Tozé Pedrosa formaram o grupo que viria a alcançar um enorme sucesso em apenas cinco anos.

“Silence Becomes It” tornou-se o álbum de estreia que mais vendeu na história da música portuguesa. Com mais de 240 mil exemplares vendidos, rapidamente conseguiu a proeza de garantir seis discos de platina. Também o segundo álbum “Only Pain is Real” angariou admiradores, conseguindo vender 100 mil cópias.

David Fonseca, agora com uma consolidada carreira a solo, assume a “forte presença” que a banda teve na música portuguesa, justificando-a pela diferença que o grupo estabeleceu.

“Não tínhamos uma imagem fabricada, não éramos propriamente pessoas de habitar revistas cor de rosa.” O músico acrescenta que “os Silence 4 eram literalmente o oposto da visão [habitual] do artista”, em que os músicos eram muitas vezes “associados a uma espécie de imagem muito ‘glamourizada’ e distante do público”.

Por sua vez, Rui Costa, antigo baixista, prefere não pensar sobre o eventual impacto da banda em Portugal. “Não é um assunto que passe pela minha cabeça, sequer”, admite.

No entanto, destaca a experiência adquirida com o grupo, referindo que “foi importante sobretudo a aprendizagem e o contacto com outros músicos”. Rui Costa caracteriza os anos passados ao lado dos Silence 4 como anos de “magia e pureza”. “Vejo muito pelo lado inocente da indústria.”

O ex-vocalista do quarteto não deixa de apontar que, com os Silence 4, entrou “pela porta grande da música” e que a sua participação no projecto foi “uma escola gigantesca”. “Ajudou-me imenso na minha carreira a solo”, admite o músico.

As desvantagens do sucesso

O cantor de Leiria faz uma retrospectiva dos cinco anos de existência da banda que o viu nascer como músico, explicando que “uma das coisas boas foi o facto de terem tido um grande sucesso”. Algo que, simultaneamente, também foi uma coisa muito má”. “Quando uma pessoa atinge um sucesso tão alto, depois, obviamente, o caminho é só a descer”, conclui.

Opinião partilhada por Rui Costa, que acredita que o projecto terminou por causa do sucesso rápido que alcançou e sublinha a pressão desse mesmo sucesso. “De repente transformou-se num monstro que se virou contra nós próprios”, finaliza.

Quanto à possibilidade de voltar a reunir num palco os antigos integrantes da banda, a ideia parece descartada.”É uma hipótese completamente fechada. Não faria qualquer sentido”, refere Rui Costa, agora na pele de produtor de álbuns e com projecto próprio, os Amanalupa.