Metodologia:
Para elaborar as nuvens de palavras, o JPN recorreu ao Wordle, uma ferramenta que cria nuvens de palavras ao quantificar a frequência com que são repetidas em cada texto. Das 150 palavras mais proferidas de cada discurso foram retiradas, para melhor entendimento, palavras sem significado fora do contexto original, como “porque”, ou verbos como “ser”.
Fonte: Discursos de apresentação do programa na tv.up.pt. O JPN transcreveu integralmente os dois discursos, tendo traduzido, do inglês, o de Prabir K. Bagchi.
Hoje, sexta-feira, dia em que pode ficar conhecido o próximo reitor da Universidade do Porto (UP) após a reunião do Conselho Geral ao final da tarde, o JPN apresenta uma análise das palavras mais ditas dos discursos de apresentação do programa dos dois candidatos: o professor da Universidade George Washington, Prabir K. Bagchi, e o actual reitor, Marques dos Santos.
Ao atentar na nuvem de palavras dos dois discursos (ver imagem principal), é notório o foco nos “estudantes” que, para ambos, podem ser a chave para uma melhor “universidade”. Os dois candidatos têm como grande objectivo a aposta na “investigação” e no “conhecimento” para um “ensino” de “qualidade”.
Prabir K. Bagchi aposta na educação, no conhecimento e nos estudantes
O discurso do candidato de origem indiana está voltado para a construção de uma “Universidade” de “mudança” que invista nos “estudantes” e na “educação”. É também visível a defesa da “investigação” e do “conhecimento”, bem como de uma nova gestão dos fundos.
A Universidade deve “ficar responsável por criar os próprios fundos e geri-los da melhor forma”, considera, a dada altura do discurso, o professor da Universidade George Washington, que defende também a importação de “fundos externos” para “melhorar o ensino e a investigação das faculdades”.
A internacionalização é, aliás, um objectivo, o que é notório ao observar a repetição de vocábulos como “mundo”, “estrangeiros”, “internacionais” ou “Europa”.
Estudantes são a prioridade de Marques dos Santos
O discurso do actual reitor centrou-se na própria “Universidade”, em que os “estudantes” exercem um papel preponderante. No seu programa, voltado para uma política de continuidade, consta uma clara aposta na “investigação” para conseguir um ensino de “qualidade”. A actividade social, numa altura em que a UP tem investido no voluntariado, também não é esquecida. “Social” é mesmo uma das palavras mais repetidas.
Com um discurso claramente mais humano, com grande foco nas “pessoas”, “todos” e, como já foi dito, nos “estudantes, a “formação” ocupa um papel primordial. “Formação de nível superior de qualidade e ancorada na investigação e também um terceiro pilar da missão social e económica”, diz, logo ao início do seu discurso.
Do seu programa consta também uma clara aposta na internacionalização, algo que não é tão visível na nuvem de palavras devido à multiplicidade de vocábulos utilizados ao longo do discurso. A UP deve, então, voltar-se para o exterior através da saída de alunos, mas também com a entrada de estudantes e docentes. “Somos capazes de atrair estudantes de grande qualidade de todo o mundo, em particular do 2.º e 3.º ciclo.”
* com Nuno Sobrosa Martins e Sofia Maciel
