De terça a sábado, na Rua Cândido dos Reis – e, a bem dizer, um pouco por toda a cidade – vai “pensar-se e respirar-se música”. A garantia é dada por Miguel Silva, cultural marketing manager da Red Bull Music Academy Porto Hub, evento que chega pela primeira vez à cidade.

Programa das noites:

4.ª, Passos Manuel:
23h30: Reactable
00h30: Serial
02:00: Om’Mas Keith
Mc’s Maze & Capicua
5.ª, Plano B:
00h00: Buck-Skins
02h00: Appleblim
Mc’s Maze & Capicua
Hit+Run com Oker
6.ª, Gare Clube:
00h00: Santo Ovideo e Grime
02h00: A Guy Called Gerald
Mc’s Maze & Capicua
Sábado, Indústria:
01h00: The Shine
02h00: Dâm-Funk
04h00: Dj Ride
Hit+Run com Ivar Kung e Filipe Mesquita

No passado ficam os dois Tasters, realizados em 2008 e 2009 em Lisboa, um formato muito semelhante ao evento internacional que todos os anos ocupa uma cidade nova. Este ano é a vez de Tóquio, cidade onde, entre Outubro e Novembro, vão reunir-se centenas de artistas de todo o mundo num ambiente propício à criação musical. Tal como os Tasters, a grande Red Bull Music Academy é fechada ao público em geral; pelo contrário, o Porto Hub, o primeiro do mundo, mantém uma parte restrita aos participantes, mas também se abre à cidade.

“É importante que o projecto seja genuíno, exclusivo e restrito à comunidade musical, mas a partir do momento que já é respeitado porque não pode a minha mãe vir ouvir o Om’Mas Keith? Faz parte de um processo de amadurecimento”, justifica Miguel Silva.

Durante três meses a equipa andou à procura de espaços “com carisma e história”. Por fim, na Rua Cândido dos Reis encontrou três antigos armazéns de tecidos (n.ºs 70, 84 e 90) e teve a possibilidade de cumprir uma das tradições do evento-mãe: Restaurar um edifício devoluto para depois o devolver à cidade.

“Encontrámos algo fantástico num quarteirão que esteve ligado ao comércio de tecidos. São três espaços que restaurámos, para agora vivenciá-los e depois darmos oportunidade à comunidade artística de vivê-los.” Por isso, a Red Bull Music Academy Porto Hub “não acaba no dia 12”, garante Miguel Silva, apesar de ainda não haver certezas de como é que os artistas da cidade vão poder usufruir de pelo menos uma das lojas.

Actividades

Durante cinco dias, 80 participantes, escolhidos a dedo por embaixadores da Red Bull Music Academy, vão ter toda a liberdade para trocar ideias e partilhar experiências musicais. Apenas uma das salas está aberta ao público em geral: o n.º 70, que, para além de uma exposição da galeria Dama Aflita, alberga um pequeno bar, uma mesa para djsets e o estúdio da Oblá FM, a rádio do evento a transmitir até sábado na frequência 102.1 das 14h00 às 22h00.

Durante toda a semana, são várias as “lendas vivas da música” oriundas de “espectros diversos” que vão pisar a sala de conferências. O produtor Om’Mas Keith, o showman Dâm-Funk, o pioneiro do techno A Guy Called Gerald, o símbolo do dubstep Appleblim e o senhor da indústria Tozé Brito compõem o lote de conferencistas; no entanto, a lecture mais ansiada é possivelmente a de Eurico Cebolo, compositor, músico e autor de imensos manuais de iniciação à música, ocupações que concilia com a de argumentista de contos eróticos.

Cada dia termina num de quatro espaços nocturnos bem conhecidos da cidade (ver agenda em caixa). Espera-se um showcase do mítico Reactable e um estúdio móvel de serigrafia feitas ao vivo e a pedido em t-shirts (Hit+Run).

Por fim, o Hub estende-se ao n.º 1 da Praça da Batalha com a instalação da “Residencial M”, projecto de residências artísticas com portas abertas ao público das 14h00 às 20h00. Shooters, Ivo Teixeira, Inês d’Orey, Skrei, Inês Gama, +Maismenos-, Blob, Ana Luandina, Crere e Miguel Tavares, os artistas incubados, são oriundos das mais diversas áreas: vídeo, som, fotografia, graffiti e performance. Já a iniciativa Hub.Who? potencia intervenções de artistas, designers, ilustradores, arquitectos e writters.