No Dia Internacional dos Museus, a Universidade do Porto estreou uma exposição sobre os instrumentos científicos da universidade. Com cem anos de existência, a exposição “Dois Séculos – Instrumentos Científicos na História da Universidade do Porto” pode parecer um paradoxo, mas a história e conhecimento da UP remontam ao século XIX.

“A Universidade do Porto, embora faça um século, teve raízes em séculos anteriores pelas escolas superiores. Muitos dos instrumentos que estão cá expostos têm mais de cem anos”, explica Luís Miguel Bernardo, responsável pela exposição.

Grandes nomes portuenses e nacionais já utilizaram estes instrumentos que, no seu tempo de estudantes, foram fulcrais para o seu desenvolvimento profissional. O responsável fala de personalidades como o físico Adriano Paiva, o químico Ferreira da Silva e relembra o engenheiro Luís Couto dos Santos que, ele próprio, criou um dos instrumentos.

No olhar de alguns dos visitantes via-se a saudade dos seus tempos de estudante que já vão longe. Muitos dos mais velhos que visitavam a exposição falavam e relembravam os seus tempos nos laboratórios da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Além dos instrumentos da FCUP que constituem a exposição, consta, também, uma pintura de Veloso Salgado. Trata-se de uma réplica da tela do início do século XX, encontrando-se o seu original na Reitoria da Universidade do Porto. “Já que estamos num museu de arte, decidimos ligar a arte à ciência, que é o mote da exposição”, explica Luís Bernardo, e justifica a sua escolha, dizendo que “esta tela é, de facto, um emblema ligado aos instrumentos científicos”. “É um elogio às ciências da natureza”, remata.

No Dia dos Museus, a exposição podia ser visitada gratuitamente. Em exposição até dia 30 de Outubro, a “Dois Séculos” pode ser visitada de terça a domingo pelo preço normal de entrada no Museu Nacional de Soares dos Reis. A exposição pode ser visitada gratuitamente aos domingos e feriados até às 14h00. No catálogo da exposição constam todos os instrumentos que irão permanecer no Museu Soares dos Reis até Outubro, por um preço de doze euros.