Se, há uns anos atrás, alguém dissesse que o manto da invisibilidade do imaginário de Harry Potter iria ser criado, talvez, seria difícil de acreditar. A verdade é que, agora, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) concebeu um algoritmo de camuflagem personalizado – custom camouflage algorithm – que gera um padrão de camuflagem, permitindo, assim, que os objetos se fundam com a paisagem, tornando-se inexistentes para quem passa.

O processo utilizado para conseguir este “efeito camaleão” provém do algoritmo já referido e tem como objetivo fazer desaparecer alguns elementos urbanos tão dispensáveis à vista, como o sistema de ventilação do ar condicionado ou uma tampa de esgoto. O mecanismo capta uma série de imagens do cenário à volta do objeto em questão, transformando-se numa espécie de segunda pele.

Três segundos

Estudos levados a cabo pelo instituto norte-americano mostram que a matéria escondida por este tipo de tecnologia demora mais de três segundos a ser detetada pelos transeuntes.

James Hays, professor-assistente na Universidade de Brown, explica no site do Massachusetts Institute of Technology (MIT) “que esta é uma nova e engraçada função” do algoritmo. Na verdade, diz James Hay, “eles utilizam técnicas de textura-síntese que são bastante conhecidas na comunidade, mas nunca foram utilizadas para este fim. Este pocesso é comummente usado para edição de fotografias, mas nunca para a conceção de artefactos no mundo real. E isso é inovador”, refere.

Hays assume, ainda, que, nas primeiras experiências, foram utilizadas quase sempre as mesmas condições de iluminação. No entanto, quando o mecanismo foi transportado para um cenário real, aperceberam-se que esta camuflagem teria de se ir adaptando às variações de iluminação ao longo do dia. Apesar disso, o professor da Universidade de Brown acrescenta que “a mesma tecnologia poderá vir a ser desenvolvida. Esta ideia geral será útil, independentemente do quanto se generalizar o problema”, afirma.

Para perceber melhor o conceito e mostrar os resultados desta descoberta, o MIT disponibilizou um vídeo onde, de forma dificultada, é possível detetar as caixas 3D que dissimulam os objetos.