Cultura: Cinema galego e brasileiro em destaque na ESMAE

Entre os dias 2 e 7 de novembro decorre o “Imagens do Real Imaginado” (IRI). Esta é a 12.ª edição do “Ciclo de Fotografia e Cinema Documental” organizada pela Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo do Porto (ESMAE), pertencente ao Instituto Politécnico do Porto (IPP).  José Quinta Ferreira, produtor do IRI e diretor do departamento de Artes da Imagem da ESMAE falou com o JPN sobre este evento. “Isto é um ciclo que nós queríamos quando criamos o mestrado em Comunicação Audiovisual”, revelou. O ciclo pressupõe permitir aos alunos “tomar contacto com autores, criadores, projetos e criar também formas de expressão dentro das áreas” que são trabalhadas no departamento. A ideia do festival é “ter um conjunto alargado de pessoas das diferentes áreas”.

Existem na realidade vários destaques a serem dados nesta edição. O primeiro foi a presença do fotógrafo Mark Durden. “É um criador que lançou agora um livro sobre fotografia importante”, diz o produtor. Foi ele quem abriu o ciclo deste ano. Também na área da fotografia, o diretor deu destaque ao “Projeto Asprela”, realizado entre professores de fotografia do ESMAE e da Universidade do Porto, onde foi realizado um “levantamento do espaço da Asprela, observando a intervenção que houve no território com a implementação das faculdades”. O maior destaque desta edição será o ciclo documental brasileiro curado por Sérgio Rizzo. Todos os dias às 21h30 serão exibidas peças criadas por realizadores deste país transatlântico.

Outro dos destaques é também a mostra de trabalhos da Academia Internacional de Cinema de São Paulo (AIC). De notar será ainda a presença de Margarita Ledo Andión que apresentará, nos dias finais do festival, os filmes do novo cinema galego, com a presença de alguns realizadores na plateia. “Percebemos aqui perto de nós qual é o momento que está a acontecer com o cinema galego”, referiu.

Como já é habitual haverá uma mostra de trabalhos realizados por alunos finalistas dos vários departamentos do ESMAE. As entidades parceiras terão ainda o seu espaço através da exibição do filme vencedor da edição do ano passado do Porto Post Doc, “Letters to Max” de Éric Baudelaire, e as Curtas de Vila do Conde onde participaram alunos de mestrado da ESMAE.

O espaço Percurso permitirá a “alguns criadores falar do seu percurso de vida, o tipo de trabalho que foram desenvolvendo”. Os realizadores Sergio Rizzo ou Eugénio Puppo serão dois dos nomes a marcar presença.

Por fim, também estarão disponíveis várias masterclasses diferentes, com autores de áreas variadas como a fotografia, som, multimédia.

Para fechar os destaques desta edição, também é necessário mencionar outros convidados como José Maçãs de Carvalho, o portuense Luís Vieira de Campos, Valter Ventura, ou Maile Colbert. Todos os eventos serão realizados no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG) excepto na terça-feira, onde os eventos se realizarão no Teatro Helena Sá e Costa (THSC).

Assim, o festival abriu com “History: Witnessing Atrocity“, um seminário dado por Mark Durden. Além disso, na segunda-feira foi também realizada a palestra sobre “Projeto Asprela”, bem como a visualização de dois trabalhos documentais de origem brasileira.

Esta terça-feira de manhã, o festival tem lugar no THSC, com o seminário de Mark Durden. Às 14h30, será a vez de uma masterclass por José Maçãs de Carvalho ainda no Teatro. Uma hora depois, terá início o “Percurso” de Luís Leite ao qual se seguirá Eugénio Puppo. Depois disso, o ciclo irá afastar-se definitivamente do Teatro Helena Sá e Costa, para regressar de forma definitiva à BMAG. Às 21h30 irão decorrer aí mais duas exibições brasileiras realizadas por Isabela Cribari e Eugénio Puppo.

Na parte da tarde de dia 4, quarta-feira, os espetadores terão direito à visualização de um filme do portuense de Luís Vieira Campos à qual se seguirá uma masterclass de Valter Ventura. Às 16h será apresentada por Sergio Rizzo e Eugenio Puppo a mencionada mostra da Academia Internacional de Cinema de S. Paulo. Mais tarde, será apresentado o filme vencedor do Porto Post Doc. O serão será uma vez mais preenchido com dois filmes brasileiros, sendo o primeiro “Se a lua fosse minha”, realizado por Larissa Lewandoski e o segundo “Cidade cinza” de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo.

A quinta-feira não terá atividades na parte da manhã, tendo início previsto por volta das 15h com uma masterclass por Maile Colbert. Na hora a seguir, as duas curtas da Curtas Vila do Conde Produções, feitas por Miguel Clara Vasconcelos e Sandro Aguilar, serão reproduzidas. É a partir das 17h30 desse dia que se dará início à grande mostra de filmes galegos, com três curtas a serem mostradas e discutidas por Margarita Ledo Andión. A primeira foi feita por Peque Varela (“1977”) à qual se seguirá uma de Xacio Baño (“Ser e voltar”), terminando com a de Eloi Dominguez Serén (“No cow on the ice”). À noite, à hora do costume, dois filmes brasileiros ocuparão novamente a tela.

Antes do fim de semana, na sexta-feira, por volta das 16h30 começará a segunda mostra de filmes galegos, mostrando desta vez peças realizadas por Ramiro Ledo Cordeiro, e outra por Pablo Cayuela e Xan Gómez Viñas, com os nomes de “O processo a Artaud” e “Fóra”. A sessão de encerramento do IRI será às 21h30, com a exibição dos projetos de residência artística de Boticas.

Apesar de ter sido realizada a sessão de encerramento no dia anterior, o sábado ainda irá reservar algumas atividades, entre as quais as exibições, às 14h30, de mais dois filmes brasileiros para terminar o ciclo. Para assistir ao programa completo, pode clicar aqui