Pelo quinto ano consecutivo, o Dia Internacional do Preservativo é celebrado. Em 2017, o lema “sempre na moda” acompanha a data. Este dia foi proposto e estabelecido pela AIDS Healthcare Foundation (AHF) em 2012. Cerca de 31 países assinalam esta data no calendário, sendo que a maioria deles situam-se no continente africano.
O objetivo principal da iniciativa passa pela promoção do uso do preservativo como meio de prevenção da infeção pelo VIH e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Em Portugal, a iniciativa é possível graças à parceria entre o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e a AHF. Apesar dos desenvolvimentos, os preservativos ainda não estão ao alcance de todos. É este o enfoque do Dia Internacional do Preservativo em 2017: “Alertar a forma como olhamos para o preservativo e deixar claro que a sua elevada procura tem de ter resposta pelas entidades governamentais”, como refere no site da GAT.
A mesma publicação online acrescenta que “a insuficiente distribuição de preservativos e gel lubrificante pelo programa nacional para a infeção VIH/SIDA não tem assegurado sequer metade das necessidades previstas”.
Romper as dúvidas
Um técnico que pertence à linha de apoio “Sexualidade em Linha” (800 222 003) do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) esclarece em que tipo de estabelecimentos podem ser adquiridos os preservativos. “Não falamos obviamente em marcas, mas sim nos locais em que é possível adquirir o preservativo e dando primazia aos locais onde podem ser obtidos gratuitamente, nomeadamente centros de saúde, o IPDJ, a Associação para o Planeamento da Família e onde podem adquirir os preservativos com garantia de qualidade”.
E, com a ajuda da “Sexualidade em Linha”, o JPN apurou que as dúvidas mais comuns são relacionadas com a colocação e rompimento do preservativo: “Se por alguma razão ele rompe e aí temos de perceber se foi utilizado corretamente e de forma adequada [são as questões mais recorrentes]”.
No dia do preservativo é importante relembrar alguns projetos que fomentam a utilização do método contraceptivo. Como por exemplo, o Projeto Trans-porta que tem financiamento da Direção-Geral de Saúde, cujo objetivo é dar suporte às trabalhadoras transsexuais da zona do Conde Redondo em Lisboa.
O preservativo deixará de ser feminino ou masculino e ganha uma nova nomenclatura: preservativo interno ou externo. Sónia Duarte Lopes da Associação para o Planeamento da Família (APF) clarifica esta distinção: “Acreditamos estar a propor uma nomenclatura mais inclusiva, pois não existem só homens e mulheres e porque do ponto de vista da saúde, a prevenção deve ser feita com base nos comportamentos sexuais e não nos sexos e nos seus papéis”.
Não esquecer o preservativo feminino
“A utilização do preservativo interno ainda é muito reduzida, mas uma das principais razões prende-se com a pouca acessibilidade, ou seja, não existe à venda e são disponibilizados pelo Serviço Nacional de Saúde em muito pouca quantidade”, esclarece Sónia Duarte Lopes.
A linha de apoio “Sexualidade em Linha” revela ao JPN o desconhecimento que existe sobre o preservativo feminino. “Mesmo os técnicos e profissionais que trabalham na área da educação e que normalmente acompanham estes jovens também não têm uma informação clara e muitas vezes desconhecem ou só ouviram falar, mas nunca viram o preservativo, nem como funciona ou como se coloca”.
Texto editado por Rita Neves Costa