Os transportes turísticos do Porto, como é o caso dos tuk-tuk, hop-off hop-on e minitrem, vão passar a ter locais e paragens “exclusivas”, identificadas com sinalização própria. Cristina Pimentel, vereadora da Mobilidade, apresentou esta segunda-feira o regulamento, recordando que o Porto é a “primeira cidade” onde é implementado.
No largo dos Lóios, onde foi assinalada a entrada em vigor deste regulamento, a vereadora disse que existe “um conjunto de regras muito relevantes para a convivência da cidade com os circuitos turísticos que entram hoje em funcionamento”. Cristina Pimentel está confiante de que com a entrada em vigor deste regulamento, vai haver uma diminuição da “pressão” deste tipo de transporte sobre o centro da cidade.
A vereadora afirma que todos os operadores já estão a “cumprir integralmente” as novas normas, assegurando paragens próprias e não circulando nos corredores bus. A responsável sublinha a existência de um “conjunto de regras muito relevantes para a convivência da cidade com os circuitos turísticos” que entra em funcionamento.
Desta forma, a partir desta segunda-feira, os transportes turísticos funcionam das 08h00 às 20h00 e ficam impedidos de estacionar nas paragens usadas pelos transportes públicos da cidade ou fora dos locais próprios, de modo a evitar a colisão com os mesmos pontos de paragem dos transporte coletivos. Acrescenta ainda que foi estipulado um número “limite de matrículas autorizado para cada operador” assim como de ruas e zonas onde estes veículos podem circular.
Do ponto de vista ambiental, os tuk-tuk têm cinco anos para se tornarem 100% elétricos, tendo os novos de cumprir este requisito desde já. Os autocarros hop-off hop-on têm um prazo de 10 anos para passarem a ser livres de emissões de dióxido de carbono (CO2).
Também presente no Largo dos Lóios esteve o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, que recordou os benefícios que o regulamento vai trazer tanto para o ambiente como para a mobilidade da cidade.
Destacou ainda o papel dos operadores turísticos, cujos serviços são, na opinião do autarca, “relevantes”: para além de gerarem emprego, têm “tradição no Porto”, pelo que é “essencial regulamentar a atividade para que todos possam conviver melhor na cidade”.
Rui Moreira revelou que houve um “trabalho longo” e de “grande negociação” que exigiu um “conjunto de pareceres” e “duas discussões públicas” para regulamentar esta atividade que na fase inicial não se encontrava licenciada. No entanto, o autarca sublinha que nessa altura, em que este transporte operava livremente, não havia a “pressão” turística que atualmente existe.
O presidente da Câmara do Porto assume que “gostaria muito que os municípios vizinhos adotassem este novo modelo” o que a seu ver seria “benéfico para todos”. Acrescenta também que “alguém tinha de começar” e o facto de a cidade do Porto ter sido a primeira faz com que tenha esperança de que as outras cidades sigam o exemplo.
Rui Moreira referiu que vão ser “salvaguardados alguns circuitos que incomodavam os cidadãos”, nomeadamente zonas residenciais na zona da Foz onde os autocarros circulavam: “recebíamos muitas reclamações das pessoas que sentiam que a sua privacidade de alguma maneira era violada”, isto porque do patamar superior do veículo, os passageiros viam para dentro das vivendas. As reclamações foram tomadas em linha de conta e explicam em parte os circuitos que agora estão licenciados e que fazem parte de um percurso alternativo, mais turístico, evitando zonas residenciais.
No fim da sua intervenção, o independente assegura que vão apresentar resultados “seguramente no fim do verão”, altura em que vai haver uma “visão mais clara de quais vão ser os impactos na cidade”.
Artigo editado por Filipa Silva