Enoque Silva tem 24 anos e nasceu em Belo Horizonte, no Brasil, mas tinha apenas três anos quando viajou para Lisboa. Foi na capital portuguesa que cresceu. A música sempre foi uma parte importante e indispensável em casa, fazendo parte do seu crescimento enquanto pessoa. Hoje conta com dois singles lançados, várias colaborações com bandas e cantores conhecidos da praça e um álbum em produção.
A propósito de uma visita ao Porto, o JPN esteve à conversa com o artista para saber mais sobre a vida e a carreira que quer seguir.
Da infância à carreira
Cresceu num lar cristão e, desde que se recorda, sempre ouviu a mãe a tocar guitarra e a cantar na igreja. Foi aí que deu os primeiros passos na música. As pessoas à sua volta começaram a aperceber-se de que “tinha jeito”, apesar de o sonho de ser cantor a tempo inteiro nunca lhe ter passado pela cabeça.
Foi também na igreja que conheceu Héber Marques, dos HMB, com quem começou a trabalhar, fazendo parte da banda ao vivo, onde ainda está atualmente. A fé, garante, é uma parte muito importante da sua vida: “É o que me faz acreditar em coisas impossíveis”, diz ao JPN.
Foi quando estava no último ano da licenciatura em Marketing e Publicidade na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, que decidiu que a música era o caminho que queria seguir profissionalmente. “O trabalho com os HMB era um part time, um hobby mas não o via como carreira”, conta o cantor. Tratava-se de algo que gostava muito de fazer, mas que sentia como insuficiente. Em paralelo, começaram a desafiá-lo a escrever as suas próprias músicas e a desenvolver a carreira e foi neste momento que escolheu dedicar a sua vida profissional à música.
Desde os 15 anos que Enoque canta com o coro gospel, trabalhou com vários artistas mas os seus projetos sempre foram feitos em parceria com outros cantores por isso nunca se colocou na posição de querer uma carreira a solo. “Fazendo backvocals não tens o lugar de destaque, mas era um conforto, porque não tinha responsabilidade. Era mais confortável”, conta. No entanto, quando percebeu que se apostasse na carreira de Marketing não ia poder seguir a música, optou por tentar a sorte como cantor.
A “boa vibe” de Enoque
A música de Enoque é batida que sente saída do seu coração. O desejo é o de que as pessoas se divirtam ao ouvi-la. “A música deve levar-nos a um estado de espírito e, no meu caso, é um estado de boa disposição, boa vibe e também baladas românticas”, conta.
Apesar do hábito de trabalhar com outras pessoas e de não ser o “centro das atenções”, nunca sentiu que o seu trabalho não era reconhecido. Pelo contrário. Aliás, afirma que trabalhar em conjunto com outros artistas é uma experiência que lhe dá muito prazer. Já trabalhou, por exemplo, com Áurea, na música “I feel love inside” e com Sara Tavares. Ao JPN confessa que gostaria de trabalhar com o Richie Champbel.
Em 2016, Enoque lançou o seu primeiro single “Nunca é Bom Demais” que contou com a participação de muitos amigos no videoclip.
O artista revela que não tinha muitas expectativas mas sente que recebeu um bom feedback e que “enquanto primeiro passo, correu muito bem”. Foi através deste single que conheceu Anselmo Ralph, artista português com quem trabalhou para o segundo single, “Jura”, lançado este ano.
Para o Enoque, trabalhar com um Anselmo Ralph “muito acessível” foi uma experiência que guarda na memória, pois “é bom perceber que há este à vontade entre artistas de apoiar artistas novos que estão a começar”. No fundo, sente que foi uma aprendizagem para, no futuro, poder fazer o mesmo por outros cantores.
O futuro
Os planos para um futuro próximo são de agenda cheia, uma vez que o álbum de estreia vai sair, em princípio, em finais de fevereiro.
Enoque conta que tem muito trabalho para já e que está concentrado em tornar este álbum um reflexo do seu esforço e de quem é. “Vai estar cheio de canções que transmitem boa vibe, ritmos quentes do Brasil, baladas, mísicas para ouvir melhor a minha voz e o meu timbre”, descreve.
Acima de tudo, a intenção é demonstrar exatamente quem Enoque é, uma pessoa divertida mas que também tem os seus “momentos mais calmos” e dar aos ouvintes “diferentes sonoridades, diferentes ambientes, com um fio condutor” que é o próprio.
Depois do álbum, o cantor espera dar muitos concertos por Portugal fora. “Escutarem-me na Altice Arena era grande cena”, confessa. É no momento o seu maior sonho ao nível profissional. Quando ao futuro, admite que não é uma mente fechada e que pode vir a considerar diferentes estilos para a sua música.
Para um cantor que está a começar a carreira não é fácil viver da música, é necessário chegar às pessoas e criar um público e este processo é lento. “Eu estou a começar, estou ainda a descobrir o meu som, mas até agora tenho conseguido fazer o que pretendo”, confessa.
Apesar de já ter recebido muitos “nãos” ao longo da sua carreira, sente-se realizado com aquilo que é agora.
Artigo editado por Filipa Silva