“Um café cheio de solidariedade” é o nome da nova campanha do Banco Alimentar contra a fome, uma experiência-piloto que arranca esta segunda-feira e decorre até dia 9 de março, em todo o país. Com características diferentes das campanhas de verão e inverno levadas a cabo pela entidade, esta iniciativa não implica voluntários nem decorre em supermercados.

“Aquilo que vamos fazer é propor aos cafés e aos restaurantes que adiram à causa da luta contra a fome em Portugal”, conta Isabel Jonet, a presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares contra a fome, ao JPN.

Deixando de parte os grandes centros de distribuição e os supermercados, a recolha de alimentos é feita através do canal Horeca – uma rede de hotelaria, restauração e cafetaria. Assim, os cafés e restaurantes que aderirem à iniciativa vão dispor de um conjunto de sacos onde os clientes podem deixar o seu donativo.

A par da disponibilidade dos estabelecimentos, a iniciativa conta com o apoio voluntário de uma empresa de distribuição: “neste projeto-piloto o que vamos fazer é uma parceria com a Nestlé”. A empresa deixa os sacos para a recolha nos cafés e restaurantes e depois “quando for levar o café, traz os donativos que as pessoas doarem”, explica Isabel Jonet.

“Este é um novo canal”

Todos os donativos recolhidos vão ser entregues no Banco Alimentar no dia 12 de março. Até lá, a organização espera “uma adesão grande dos cafés – que queiram acolher e ser pontos de recolha dos bancos alimentares. Depois, também dos clientes dos cafés”, aponta Isabel Jonet. “As nossas expectativas são sempre muito altas porque temos a certeza que este é um novo canal que vai permitir aproximar as pessoas com necessidades daquelas que podem doar”, acredita a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares.

O hábito de tomar café sempre no mesmo sítio é uma vantagem para a iniciativa. Isabel Jonet conta que “em Portugal, há muito a tradição de as pessoas serem fieis ao café onde vão todos os dias tomar o cafezinho e, portanto, a nossa ideia é que estes cafés mobilizem os seus clientes para que no dia seguinte queiram levar, por exemplo, um pacote de leite.”

Ainda que esta seja uma iniciativa diferente, o objetivo mantém-se: “é uma vez mais sensibilizar as pessoas que não é preciso doarem muito, mas que é preciso que sejam muitas a doar”, conclui Isabel Jonet.

Artigo editado por Filipa Silva