A Câmara Municipal do Porto (CMP) publicou, esta segunda-feira em Diário da República, o anúncio de abertura do concurso para a remodelação e reabilitação de mais 12 edifícios do Bairro do Cerco. O concurso é lançado numa altura em que começam a ficar concluídas as remodelações de 11 blocos iniciadas em junho do ano passado.
As propostas têm de ser apresentadas num prazo de 30 dias à Domus Social, empresa municipal de habitação encarregue do concurso. A duração prevista da empreitada é de dois anos e meio (780 dias) e tem um valor base de 6.1 milhões de euros.
Andrea Rocha, da Associação para o Desenvolvimento Comunitário do Cerco do Porto (CerPorto), disse ao JPN que os moradores e associações do bairro já foram informados pela Domus Social das obras previstas. “Os moradores dos blocos que vão ser requalificados já foram a reuniões”, confirma.
Quanto aos blocos não incluídos nos dois projetos de remodelação, Andrea Rocha diz que os moradores do bairro deduziram, ainda que “sem base nenhuma”, que estão previstas demolições. A hipótese é desmentida pelo vice-presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Filipe Oliveira. Apesar de o projeto inicial para a requalificação do bairro ter previsto a demolição de “cinco ou seis blocos”, o projeto atual e as declarações mais recentes de Rui Moreira, presidente da CMP, confirmam que “não vão ser deitados abaixo edifícios”.
Os trabalhos de remodelação iniciados no ano passado já estão em curso, sem a necessidade de deslocar moradores das habitações. Filipe Oliveira adianta que o concurso publicado esta segunda-feira “será para remodelações semelhantes”, não sendo necessário realojar temporariamente moradores. O vice-presidente da Junta de Freguesia de Campanhã diz ainda que a requalificação visa voltar a atrair moradores para o bairro.
O Cerco é o segundo maior conjunto de habitação social do Porto, de acordo com dados da Domus Social. O bairro foi construído em 1963 e conta com 892 casas distribuídas por 34 blocos.
Artigo editado por César Castro